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Arthur Lira ameaça retirar PP e UB de chapa tucana em SP, caso Pedro Vilela pule de palanque

Presidente da câmara reage a movimento orquestrado por Renan Calheiros

09/06/2022 14h02 - Atualizado em 09/06/2022 15h03
Arthur Lira ameaça retirar PP e UB de chapa tucana em SP, caso Pedro Vilela pule de palanque

A movimentação do MDB de tomar o PSDB da base de apoio de Arthur Lira, publicada em primeira mão pelo Blog Bastidores, e trazê-lo para a chapa do MDB, encaixando o deputado Pedro Vilela em algum cargo importante, pegou o presidente da câmara de surpresa – mas, a seu modo, Lira respondeu aos emedebistas, e jogou uma carta pesada que mexe também com as eleições em outros estados.

Arthur ameaçou publicamente retirar a UB e o PP da base eleitoral do governador tucano Rodrigo Garcia em São Paulo, caso o PSDB local resolva deixar sua base e migre para a chapa de Paulo Dantas. Isso prejudicaria ainda mais Garcia, que patina na casa dos 6% das intenções de voto. “Na política, o cumprimento de acordos é fundamental para a democracia”, disparou nas redes.

A jogada de Lira faz a cúpula do PSDB alagoano, composta basicamente por Pedro e seu tio Téo Vilela, repensar um movimento que já parecia consolidado. Na semana passada, Vilela foi visitar o governador Dantas, teoricamente para falar sobre as chuvas. Diante da repercussão sobre sua mudança de palanque, Pedro foi enigmático em mensagem nas redes sociais: “Tenho coerência na vida pública; meu lado sempre será o de Alagoas”, afirmou.

Téo Vilela costura com Renan Calheiros um acordo para que Pedro, que tem muitas dificuldades em se reeleger deputado federal, seja primeiro suplente de Renan Filho na disputa ao senado. Uma vez eleito, Filho pode ser alçado à condição de ministro de um eventual governo Lula, abrindo caminho para que Pedro seja senador. Ou mesmo em 2026, caso Renan Filho volte ao governo do estado, o tucano teria quatro anos no senado.

Nas redes sociais, o senador Renan não deixou por menos. “Quem é Arthur Lira para falar da minha amizade de sempre com Teotônio Vilela. A inveja mata e cachorro que late não morde”, afirmou em uma rede social.

O movimento de Renan, de quebra, ainda retira da jogada a deputada Jó Pereira, eventual vice de Rodrigo Cunha mas filiada ao PSDB. Para Jó, restaria a recondução à cadeira de deputada estadual ou federal – missão improvável, já que os tucanos não têm chapa viável para nenhum cargo. Pereira neste caso ficaria de fora da disputa.

Renan é, sem dúvida, um dos maiores enxadristas políticos do país. Tentou um xeque-mate em Arthur Lira, mas ele moveu o rei, e apesar de estar sob ataque, move seus cavalos para frente. Para quem gosta de política, o jogo está sendo jogado.

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