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Desistência de Március Beltrão pode complicar chapa de federais da UB

Decisão do ex-prefeito de Penedo afeta diretamente chapa do União Brasil

16/08/2022 15h03 - Atualizado em 16/08/2022 16h04
Desistência de Március Beltrão pode complicar chapa de federais da UB

O jogo bruto da política segue fazendo vítimas nas eleições deste ano. Após intensa negociação e resistência quanto às alianças de seu partido, o ex-prefeito de Penedo Március Beltrão desistiu mesmo de ser candidato a deputado federal pela chapa do União Brasil.

Nos bastidores, é forte a versão de que Arthur Lira, “dono” informal do UB em Alagoas, exercia pressão para que Március votasse “porteira fechada” com os candidatos de sua chapa, Rodrigo Cunha e Davi Davino Filho. Porém, o ex-prefeito resistia por conta do compromisso em apoiar Renan Filho e Paulo Dantas.

Com a negativa de Március a Cunha e Davino, Lira já começava a avançar sobre as bases do ex-prefeito, no intuito de destiná-las a Rodrigo Valença, ex-prefeito de São José da Laje e que vem sendo apadrinhado pelo presidente da câmara. Valença era uma das promessas da chapa, que além de Március também conta com o ex-SSP Alfredo Gaspar.

Futuro da chapa

A desistência de Március coloca em xeque o futuro da chapa e a eleição de um dos favoritos ao pleito, Alfredo Gaspar. Nas pesquisas internas, Gaspar pontua bem em quase todo o estado, mas dependia de boas performances de Március e Valença para conseguir a eleição.

Sem eles e com poucas opções que ocupem esses espaços, o ex-SSP terá que “pipocar” nas urnas para poder se garantir em Brasília. Há quem diga que com menos de 100 mil votos, Gaspar não tem vaga garantida e veria (mais uma vez) seus planos serem frustrados.

Presença de Renan

Nos bastidores, também há quem diga que a desistência de Március ocorre depois de acordo fechado com Renan Calheiros e Paulo Dantas. Reeleito, Dantas garante a Március um bom espaço no novo governo do estado. Quieto sem disputar eleição, Március não “gasta” estrutura de campanha.

E de quebra, no xadrez político, os Renans dão o troco em Alfredo, um ex-pupilo que “traiu” sua base e aliou-se a Arthur Lira. Lá no começo do processo, o MDB dava como certa a candidatura do ex-SSP pela legenda - acabou levando o balão.

Racha nos Beltrão

Há ainda um outro efeito colateral na desistência de Március - ela facilita a vida de Marx Beltrão, também candidato a federal pelo PP de Arthur Lira. Sem o primo na disputa, que rachava várias bases que eram comuns, agora com candidato único na família aumentam as chances de mais um mandato para Marx.

A desistência de Március pode ser positiva até para Daniel Barbosa, filho do prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa. Com Marx colocando mais votos na chapa do PP, crescem as chances dos progressistas elegerem quatro deputados, dependendo da performance eleitoral de todos - e um deles pode ser Daniel.

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