A recente aparição de favoritos do PP na disputa para a câmara federal ao lado de Fernando Collor, além do vídeo gravado pelo próprio senador, indicando que o seu candidato a federal é o progressista Arthur Lira, levou o mundo político a especular sobre uma possível “aliança” entre Lira e Collor.

Quando se soma a isto, o fato de que Lira cedeu “de graça” o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro a Collor, esquenta a tese de que há um movimento para criar um palanque único para o presidente em Alagoas, mesmo que informal - o palanque, neste caso, é um acordo de ajuda mútua: tanto Collor pede voto para Lira e Bolsonaro, quanto Lira cede deputados do PP para apoiar Collor.

Esta segunda parte já começou a acontecer. No final de semana, o delegado Fábio Costa, um dos favoritos da chapa na disputa, foi visto e fotografado ao lado de seu governador “natural” Rodrigo Cunha, e também ao lado de Collor. Não faria isso sem a anuência de Arthur Lira, que tudo sabe, e tudo vê.

A resposta oficial para este movimento é sempre Bolsonaro. Todos os atores envolvidos pedem votos para o presidente, exceto o senador Rodrigo Cunha, o que inviabiliza alguns palanques de federais do PP que são fortes redutos bolsonaristas. Para não perder esses votos, candidatos como Fábio Costa precisam aparecer alinhados com Collor, o “bolsonarista raiz”.

Desde o começo da campanha, Lira e Rodrigo Cunha tem que lidar com a boataria de que Collor é o “plano B” do presidente da câmara. Mas com a própria prima como vice de Rodrigo e levando o senador para todas as suas bases, é improvável que Lira e Collor tenham acertado algum acordo.

Porém, cabe sempre lembrar… “improvável” na política não é de forma alguma “impossível”. Principalmente em Alagoas.