A viagem do presidente da República Jair Bolsonaro (PL) até a Inglaterra, para o cerimonial de velório da Rainha Elizabeth II, vai alterar a agenda eleitoral do deputado federal alagoano Arthur Lira (PP). Pelo aplicativo de mensagens, Lira confirmou que "é obrigado" a deixar o país ao mesmo tempo em que Bolsonaro, ou ficará inelegível.

Na linha sucessória determinada pela constituição federal, Arthur Lira, como presidente da Câmara dos Deputados, é o segundo colocado. Isto significa que o parlamentar é obrigado a assumir o cargo em caso de vacância provocada pelo presidente ou pelo seu vice, que seria o primeiro na linha.

Como o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB) também é candidato nestas eleições ao senado pelo Rio Grande do Sul, deve deixar o país pelo mesmo motivo de Lira, não assumir o posto e tornar-se inelegível. De acordo com a lei eleitoral, para concorrerem a outros cargos, vices não podem assumir a função pelo menos seis meses antes do pleito.

Arthur Lira tem dividido seu tempo entre a campanha eleitoral em Alagoas e os cerimoniais em Brasília, onde exerce a presidência de um dos três poderes da República. Na semana passada, Lira esteve na sessão solene pelos 200 anos da Independência do Brasil.

Desta vez, o deputado deve ficar fora por no mínimo cinco dias, entre o próximo domingo (18) e a quinta-feira (22). Isto porque além do velório da Rainha Elizabeth, Bolsonaro tem compromisso em Nova Iorque, onde abre a Assembleia Geral da ONU.

Sem Bolsonaro, Mourão e Lira, a presidência deve ficar nas mãos de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.