Blog do André Avlis
ANÁLISE: A Argentina venceu a Croácia pela inteligência e genialidade de seus 'Lioneis'
Será a sexta final de Copa do Mundo da Albiceleste. São dois títulos (78 e 86) e três vices (30, 90 e 2014)
Uma vitória sólida e consistente.
Antes de tudo, é bom lembrar: nenhum jogo é igual ao outro! São situações, circunstâncias e contextos diferentes. O que pode ser semelhante ou se repetir, são modelos e conceitos de jogo.
Por isso, é um delírio e um equívoco comparar ou fazer recortes de uma partida para explicar as frustrações de outra porque o adversário é igual - como estão fazendo alguns brasileiros.
A vitória da Argentina contra a Croácia por 3 a 0 passa muito pelas parcelas de contribuição dos Lioneis: o técnico Scaloni e o gênio Messi.
Em mais uma percepção, o treinador argentino mudou o sistema do time. Ele já havia feito isso contra Áustralia, Holanda (quando espelhou o 3-5-2 de Van Gaal) e agora contra a Croácia.
Um jogo de cada vez. E um sistema para cada adversário.
Contra o time croata, Scaloni montou a equipe num 4-4-2. O meio-campo foi formado por Enzo Fernandez, Paredes, De Paul e Mac Allister. O objetivo foi claro: não dar espaço para o trinca de meio formada por Brozovic, Kovacic e Modric.
Havia variações para que os espaços com praticamente três volantes. Na construção, havia alternância no posicionamento de 1º homem de meio entre Enzo e Paredes para os inícios das jogadas.
A Croácia tem em seu ponto forte, o controle de ritmo a partir da posse de bola do seu setor de meio-campo. Pela qualidade de passe e dinâmica de movimentação.
No entanto, contra a Argentina, apesar da posse de bola, não progredia. O domínio da 'pelota' e a construção chegava até certo ponto, mas não havia evolução ou finalização das jogadas ofensivas.
Após o primeiro gol sofrido, a equipe precisou sair do seu confortável modelo de jogo, mudando a postura e a estrutura. A partir desse 'novo' comportamento os espaços antes não oferecidos começaram a aparecer. Aliados às equivocadas tomadas de decisões.
A Argentina, mais uma vez, se moldou ao que o jogo ofereceu através da consistência e assimilação tática. Fez um jogo praticamente impecável nesse aspecto. Além de ter, é claro, a genialidade do seu camisa 10.
Messi é gênio. Craque. Incomum. É ilógico contestar a grandeza e o nível do seu futebol. Em meu ponto de vista, em termos de desempenho, capacidade e poder decisivo, é a melhor Copa do Mundo de sua carreira. Decidiu mais uma vez.
Após um início ruim, a Argentina evoluiu dentro da competição. Se fortaleceu e encaixou seu jogo. Chega à final com totais méritos. E não é demérito nenhum reconhecer um fato. Até porque o campo fala.
Como tão bem fala, a inteligência e a genialidade de seus 'Lioneis'.