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Lira garante domínio do governo na Câmara, mas Senado é o mais forte reduto do Bolsonarismo

Oito senadores bolsonaristas votaram contra a intervenção federal no DF

10/01/2023 17h05 - Atualizado em 10/01/2023 17h05
Lira garante domínio do governo na Câmara, mas Senado é o mais forte reduto do Bolsonarismo

Após aprovação unânime na Câmara dos Deputados, a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal foi aprovada também no Senado no início da tarde desta terça-feira (10). O surpreendente, neste caso, é que oito senadores votaram contra a medida, que teve o apoio até mesmo do governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Carlos Portinho (PL-RJ), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Zequinha Marinho (PL-PA), Carlos Viana (PL-MG), Eduardo Girão (Pode-CE), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Plinio Valério (PSDB-AM) e Styvenson Valentin (Pode-RN) são os nomes dos “abençoados”. Basicamente, todos são da base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na noite de segunda (09), Arthur Lira demonstrou ter maior controle de sua casa, aprovando por unanimidade a intervenção, em votação simbólica - o que é bem mais difícil, considerando que a Câmara tem 513 deputados, contra 81 senadores.

Lira vem dando seguidas demonstrações de que, além de repudiar veementemente atos golpistas, pretende fazer com Lula a mesma dobradinha que fez com Bolsonaro. Depois do discurso na reunião com governadores, e de fazer o “dever de casa” aprovando a medida na Câmara, o alagoano ganha pontos indiscutíveis com o presidente.

E quanto ao senado? Lula terá, nesta casa, um grande desafio. Além do diminuto “grupo dos 8” que votou a favor dos golpistas, a partir de 1º de fevereiro vem mais gente da base Bolsonarista para a casa - e nomes pesados, como Damares Alves, Magno Malta, Sérgio Moro e Hamilton Mourão.

Some-se a isso a licença de alguns bons nomes eleitos, mas retirados por Lula da casa para ministérios, como Renan Filho (MDB) e Flávio Dino (PSB). Qual posição dos suplentes que ora assumem o mandato? um mistério.

Com a radicalização dos protestos e a tentativa criminosa de tomada do poder via golpe ocorrida no domingo, a ala radical do bolsonarismo deu um tiro no pé: fortaleceu e muito um governo Lula que começava sem tanto apoio popular - e ninguém sabe capitalizar isso melhor que o velho e experiente petista.

O último reduto de resistência bolsonarista, como mostrou a votação desta tarde em Brasília, será o senado.

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