O deputado Cabo Bebeto (PL) procurou nesta sexta-feira (13) a Defensoria Pública do Estado. Segundo ele, a instituição deve atuar na defesa de alagoanos que estiveram nos atos golpistas ocorridos no último dia 08/01, e foram presos em flagrante pelas autoridades. Houve uma reunião entre defensores e familiares dos presos para tratar do caso.

Entretanto, o envio de defensores públicos para o acompanhamento desse caso não é unanimidade entre os juristas alagoanos. O advogado criminalista e professor de direito penal da UFAL, Welton Roberto, contesta o acionamento da Defensoria Pública de Alagoas para um caso em que, segundo ele, está na esfera federal.

“Com todo respeito aos defensores alagoanos que fazem um grande trabalho, mas a Defensoria de Alagoas não tem competência para atuar em outro estado da federação, só porque o indiciado é alagoano. O crime foi cometido no DF e tem competência federal, então a Defensoria Pública da União (DPU) é quem deve assistir aos indiciados, caso estes comprovem que não tem condições de pagar por sua defesa”, disse Welton.

"A lavratura do flagrante pressupõe a garantia da integridade física e da comunicação à família. Tudo isso foi garantido pela Polícia Federal e pelo que foi divulgado, existia a Defensoria Pública da União presente, por ser um crime federal, além da OAB. Utilizar dinheiro público para deslocar defensores de Alagoas não me parece razoável”, completou o advogado.

Segundo levantamento feito pelo portal Gazetaweb, 12 cidadãos alagoanos estão presos em Brasília, acusados de participação direta na destruição dos três palácios dos poderes do Brasil - Planalto, Congresso Nacional e sede do STF. No total, 1.166 pessoas foram presas e conduzidas para os presídios da Papuda (masculino) e Colmeia (feminino).

“A Defensoria Pública estará enviando representantes na próxima segunda ou terça-feira para dar total assistência a nossos conterrâneos e acompanhar de perto todos os trâmites para trazer maior tranquilidade às famílias que estão apreensivas por não receberem informações mais concretas da real situação de quem está lá”, disse Cabo Bebeto no Instagram.