Embora mantenha uma distância protocolar do presidente da República, dando a entender que não fará parte da base de Lula, nos bastidores o alagoano Arthur Lira (PP) ganha cada vez mais poder e influência junto ao governo.

Embora esteja fora do primeiro escalão, Lira vai fechando acordos que lhe garantem a maior faria dos cargos federais em Alagoas - e para esses postos, o deputado pretende manter os mesmos nomes que já ocupavam o lugar no governo de Jair Bolsonaro (PL) no qual ele era o gerente.

Ainda que cancelando sua presença na comitiva de Lula que vai à China tratar de questões comerciais, Arthur já amarrou a manutenção dos seus domínios em Alagoas, o que deve ser oficializado quando o presidente voltar de sua incursão ao oriente.

Mesmo com muita gente de olho - especialmente o PT de Paulão, Arthur deve manter sob seu guarda-chuva os controles da Codevasf, Dnocs, Porto e Incra. Aos demais aliados lulistas restam outras miudezas.

Diogo Holanda deve ser mantido na administração do Porto de Maceió, mesmo com o PT querendo o cargo, onde pretendia instalar seu presidente estadual Ricardo Barbosa. O mesmo deve acontecer com o Incra, onde César Lira deve permanecer como superintendente, para bronca dos movimentos sociais que sonhavam em ocupar o órgão.

No Dnocs, uma espécie de 'mini-Codevasf' que atende ao semiárido alagoano com obras e recursos de emendas, deve permanecer Arlindo Garrote, filho da ex-deputada Ângela Garrote - a qual Arthur também busca encaixar na ALE.

em falar na Codevasf, a mais poderosa autarquia do governo federal - uma espécie de 'prefeitura estadual' que leva obras a todas as cidades do estado, que deve continuar gerenciada pelo ex-prefeito e ex-deputado Joãozinho Pereira.

Ao PT, deve restar a superintendência do INSS em Alagoas, embora o ministério ao qual o órgão esteja ligado seja comandado pelo PDT de Ronaldo Lessa. O vice-governador, em fase de 'paz e amor' com os aliados, não deve ser empecilho.

Aliás, para Ronaldo, de cargo federal em Alagoas, restou a Delegacia Regional do Trabalho, que ainda existe no centro de Maceió - e deve ser ocupada pelo médico Jurandir Boia.