Blog do André Avlis

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Flamengo: um super elenco que vive uma decadência como time

Em jogo de ida da 3ª Fase da Copa doo Brasil, o rubro-negro perdeu por 2 a 0 para o modesto Maringá

14/04/2023 10h10
Flamengo: um super elenco que vive uma decadência como time

Do céu ao inferno. Do apogeu ao declínio.

Muito se pergunta o que aconteceu com o Flamengo. É até difícil acreditar e ver a olho nu o péssimo futebol apresentado por um elenco recheado de craques - o melhor do Brasil, a meu ver - que se reforçou ainda mais para a temporada.

As culpas foram apontadas e a caça às bruxas são pertinentes.

Todos têm responsabilidade? Sim. Especialmente uma diretoria que pontualmente erra em viver o sonho da volta de alguém que deixou um fascinante legado. Além da viuvez explícita e de uma saudade permanente.

No entanto, enxergando o que o campo mostra, o Flamengo deixou de ser um time organizado e sincronizado para se tornar um bando em campo.

O principal motivo para isso? A troca de técnico promovida pelo clube.

É incompreensível o método de avaliação ou a métrica utilizada pela direção rubro-negra. Visto que, talvez o Flamengo seja um dos poucos times que demite ou não renova com técnicos que conquistaram títulos - Dorival Júnior e Rogério Ceni que o digam.

Toda mudança de comando traz consequências diretas na performance em campo. É necessário tempo para a assimilação dos atletas a novos conceitos, ideias e metodologia. Tornando-se impossível tudo ficar em harmonia de uma hora para a outra.

No atual momento, o time se mostra desarrumado, desorganizado e previsível. São fatores que interferem diretamente no desenvolvimento tático da equipe. Uma vez que não existe movimentos coordenados para a execução dentro do sistema.

O famoso: "correr errado".

Percebam, principalmente na fase ofensiva: ao atacar, o Flamengo progride buscando superioridade numérica. No entanto, quando o lance não é finalizado, o time recompõe mal. Jogadores participam da recomposição de forma desordenada e com isso oferecem espaços.

Por isso vemos jogadores fora de suas posições ou em zonas do campo onde não deveriam ocupar. Aspectos que, além de causar mais desgaste físico, promovem uma bagunça generalizada.

As poucas variáveis também se aplicam nas construções das jogadas. Dificultadas pela falta de movimentação sistematizada para gerar e criar alternativas.

Analisando e falando dessa forma, parece até que estamos falando de outro time. Mas não. É o mesmo Flamengo, com seu extraordinário elenco, mas que vive uma deterioração do seu próprio futebol e do que pode, de fato, produzir.

Uma demonstração de que você pode ter os melhores jogadores, mas se não existir um trabalho que junte a organização tática com os atributos técnicos, utilizando assim mecanismos para equilibrar o individual e o coletivo, o time se torna um bando em campo.

É tipo uma Ferrari na garagem e não saber dirigir.

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