A demora na nomeação de aliados para os cargos federais não está causando problemas para o governo Lula apenas com os partidos da sua base de sustentação. A impaciência chegou inclusive ao PT alagoano, que ainda está a ver navios na nova composição governamental.

Nem mesmo o puxão de orelha dado por Arthur Lira durante a tramitação da MP 1154 fez com que o ritmo de nomeações aumentasse. Em Alagoas, após esse episódio, nenhum cargo ainda foi liberado para aliados, muito menos para os petistas que aguardam indicação.

No PT alagoano, a culpa do ritmo lento do governo Lula está recaindo sobre o deputado Paulão, que além de coordenador da bancada em Brasília, é também o interlocutor informal do presidente em Alagoas. A insatisfação é crescente dentro do partido, que continua com zero nomeação no estado.

O descontentamento com Paulão viria, além do já mencionado, no caráter personalista do deputado em conversar com sua base. Segundo um interlocutor, há tempos não se registra uma reunião da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), tendência interna majoritária do partido. Tudo é conversado entre Paulão, Adelmo dos Santos (amigo pessoal de Lula) e Ricardo Barbosa, presidente estadual.

Quase nove meses após a vitória apertada sobre Bolsonaro, e fechando o sexto mês de governo, Lula promove o mais longo ‘banho-maria’ político da história - até entre seus companheiros.