Educar não é tarefa fácil, quem diz o contrário não sabe o real significado dessa palavra de poucas letras mas de um poder impossível de definir. Democratizar a escola como ambiente de excelência parece utópico, mas exemplos nos dão uma luz no final do túnel obscuro que nos encontramos hoje.

Quantos desafios encontramos para transmitir aos nossos (e até os dos outros) aquilo que consideramos importante. São obstáculos que muitas vezes parecem tão intransponíveis que o desânimo toma conta dos que se propõem a fazer isso, mas acredite, a quantidade de gente acreditando que vai dar certo pode até ser menor, mas a potência transformadora dessas pessoas é capaz de implodir a mais sólida construção do mais duro concreto.

Quantas críticas você ouviu esse ano à educação, aos educadores, as escolas ou ao sistema educacional? Quantas vezes alguém já esbravejou que não adianta ensinar pois os jovens não querem aprender? Quantas vozes já gritaram que as universidades só doutrinam e não servem para absolutamente nada senão para uma pauta ideológica de meia dúzia?

Como seguir fazendo e acreditando na escola com tantas adversidades? Essa é uma pergunta que educadores se fazem todos os dias e as respostas têm vindo em forma de resultados, conquistas e principalmente de mudanças de vida.

O ideal de uma educação libertadora e transformadora guia milhões de professores a saírem de suas casas e chegarem em suas salas de aulas para ali encontrar aquele estudante que alegremente lembra ao (por vezes) esquecido professor de uma atividade da aula anterior e que ele fez questão de terminar no final de semana pra mostrar orgulhoso ao mestre logo na primeira aula (correndo o risco de ser criticado pelos colegas que não cumpriram com o compromisso) e ganhar um visto que o causaria inveja aos mais famoso astro pop com seu disputado autógrafo

É esse mesmo ideal que faz com que professores e estudantes de todo o país mergulhem em soluções criativas para a educação, como são os bem sucedidos casos das dinâmicas olimpíadas de conhecimentos que têm feito com que jovens estampem orgulhosos suas medalhas e troféus conquistados com esforço e dedicação.

Escolas públicas e privadas tem visto nesse tipo de competição uma oportunidade rica e aos poucos se tornam referência aqui em Alagoas. Professores como o jovem Weverton de Barros Vieira que tem alimentado o gosto pela matemática (e pelas medalhas) em estudantes das mais variadas idades e classes sociais e já acumula conquistas dignas de sempre chamadas de OLÍMPICAS. Em uma escola pública de Craíbas, a nossa Senhora da Conceição foram 40 medalhistas na olimpíada nacional Mandacaru. Em uma privada de Arapiraca, o Santa Esmeralda foram mais de 100 classificados para a fase regional da competição de educação financeira, e tudo isso se transforma em combustível para seguir acreditando no poder que só a educação tem de transformar vidas e fazer acreditar em um futuro melhor.

É a chama que alimenta projetos como o engaja Enem, ação desenvolvida por um grupo de professores da Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição lá de Craíbas (a mesma já falada aqui com as medalhas) que vem mobilizando centenas de jovens para entrarem na universidade e buscarem um diploma de ensino superior. Aulas, simulados, palestras, visitas às universidades do estado e momentos de intensa motivação aproximam os jovens dos seus próprios sonhos, fazendo-os acreditar que é possível realizar seus projetos de vida e mudarem de vez seus destinos.

Facilidade não é o que procura quem acredita na educação, conforto e ausência de conflitos infelizmente não é a realidade que esses educadores enfrentam em suas ações, desafios cada vez maiores e difíceis serão a rotina de qualquer um que aposte no conhecimento como ferramenta de mudança. Mas, mesmo com tantos motivos pra desistir, educadores do país inteiro seguem firmes nos seus propósitos, há explicação racional pra isso? O que querem esses utópicos? Um pouco de empatia já seria de grande valia.

Esperam que educadores dos quatro cantos do país respirem essa causa e que autoridades políticas trilhem o caminho da valorização de educadores e estudantes. Mas antes de qualquer coisa eles esperam que um dia a educação ocupe o nobre lugar que lhe é merecido e que cada cidadão brasileiro possa ter as oportunidades que apenas a escola de qualidade permite aos indivíduos.