O Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como ENEM, é realizado todos os anos e já é o maior vestibular do nosso país. De norte a sul, estudantes de todas as idades participam desse evento que abre as portas das universidades públicas e privadas no Brasil e algumas no exterior.

A preparação segue meses a fio antes das provas que acontecem em dois domingos, esse ano no dia 3 e no dia 10 de novembro. A divisão dos conteúdos segue a fórmula por área do conhecimento proposta pelas orientações dos órgãos de educação nacional e alinhadas com instituições internacionais.

No primeiro domingo são 90 questões nas áreas de Ciências Humanas (história, geografia, sociologia e filosofia) linguagens (língua portuguesa, língua estrangeira onde o estudante opta por inglês ou espanhol, educação física, arte e literatura) mais uma redação no formato dissertativo-argumentativo. O estudante tem 5:30h pra essa etapa. 

No segundo domingo são mais 90 questões nas áreas da ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática em 5 horas de prova.

O INEP (Instituto nacional de Pesquisas educacionais Anísio Teixeira), que é o órgão do ministério da educação que organiza a prova, prevê mais de 5 milhões de participantes, número considerado alto comparado com as quedas nos inscritos nos anos anteriores. As escolas que recebem os estudantes para os dois dias de maratona são instruídas a abrirem os portões ao meio dia e fechá-los pontualmente às 13:00h (1 da tarde), proibindo assim, a entrada após esse horário, toda essa rigidez ajuda a manter o exame com a segurança e confiabilidade que já é característico.

Aqui em Alagoas mais de 106 mil pessoas se inscreveram e pretendem testar seus conhecimentos para buscar a tão sonhada vaga nas instituições de ensino superior.

A Universidade Estadual de Alagoas- UNEAL, a Universidade Estadual da Ciências da Saúde - UNCISAL, a Universidade Federal de Alagoas - UFAL e o Instituto Federal de Alagoas - IFAL, usam a nota do Enem para selecionar os estudantes dos diferentes cursos ofertados pelas instituições.

Profissionais da área como José Ricardo da Silva, coordenador do Colégio Santa Esmeralda de Arapiraca, lembra que o ENEM ajudou a democratizar o ensino superior no Brasil e que os professores buscam continuamente preparar os jovens em várias dimensões para a prova. A preparação vai além da sala de aula. Os simulados, o apoio emocional e o suporte da família ajudam a aumentar a segurança dos participantes, lembrou Ricardo.

A professora e mestre em Geografia, Betania Duarte, recorda os vestibulares tradicionais e afirma o quanto o Enem mudou a realidade da educação no país: “Vivi os dois lados da moeda, fui vestibulanda e depois trabalhei nos bastidores das faculdades. O ensino superior era muito mais elitizado do que é hoje. A existência de programas como as cotas e a possibilidade do estudante optar por faculdades do país inteiro ampliam o leque de possibilidades e contribuem para que mais pessoas estejam na universidade”.


Para a estudante Júlia Maria, o tempo é um grande obstáculo na preparação. Questionada sobre o maior desafio que ela vê, Julia reflete: “Com certeza a noção do tempo, tudo é muito rápido e são muitos conteúdos, ademais, partindo para algo mais subjetivo, também existe a questão da autocobrança, da incerteza em saber se o que está sendo feito é de fato o suficiente no final das contas. Sempre existe um sentimento de buscar algo mais, que por um lado é positivo, mas querendo ou não pode acabar gerando um desgaste."


O suporte ofertado pelas escolas, cursinhos, isoladas e principalmente pela família faz toda a diferença para que quem se dispõe a fazer o ENEM ce busca o resultado ideal na busca pela realização dos sonhos.