Contra Coreia, técnico tenta levar seus antigos carrascos
Quando a Argélia entrar em campo neste domingo para enfrentar a Coreia do Sul, o técnico Vahid Halilhodzic buscará um acerto de contas com o passado.
O treinador, de nacionalidade bósnia, tem uma história muito respeitável na profissão, em especial no futebol francês, mas passou por constrangimento quatro anos atrás justamente após uma derrota para a seleção que hoje comanda.
No início de 2010, Vaha, como é conhecido, dirigia Costa do Marfim, equipe que tinha classificado para o Mundial da África do Sul e para a Copa Africana em Angola. A eliminação do torneio continental nas quartas de final, para a Argélia, na prorrogação, foi suficiente para que fosse demitido do comando marfinense e privado da experiência de treinar uma seleção na Copa do Mundo.
Diante dos sul-coreanos, às 16h no Beira-Rio, terá a oportunidade de dar o primeiro triunfo aos argelinos após 32 anos no torneio - o último foi um 3 a 2 sobre o Chile, em 82 - e, de quebra, manter as chances de classificação às oitavas de final.
Vaha foi um atacante de respeito entre os anos 70 e 80 e chegou a defender a ex-Iugoslávia no Mundial de 82, exatamente a edição da última alegria argelina, quando os magrebianos venceram também a poderosa Alemanha.
Como técnico, teve passagem memorável pela França nos anos 90 após fugir com sua família do sangrento conflito que gerou a dissolução do seu país de origem, levando à independência de Bósnia e Croácia. Comandou clubes como Lille, Rennes e Paris Saint-Germain.
Na estreia no Mundial do Brasil, a Argélia até saiu na frente da cortejada Bélgica, mas permitiu a virada. Vaha agora tentará contra Coreia do Sul e Rússia conduzir a seleção à segunda fase, Na véspera do decisivo confronto contra os asiáticos, o técnico mostrou que sua relação com a imprensa do país africano não é das melhores.
Ele escalou o terceiro goleiro para falar no protocolo oficial da Fifa e foi firme ao responder pergunta sobre a insinução de que a equipe será escalada pelo presidente da federação, Mohamed Raoraoua:
- O presidente dirá quem vai jogar? A gente ouve bobagens demais. Não existe ninguém no mundo que me pressione. Quem decide sou eu. O presidente não interferirá em nada.
O fato é que entre a tensão de uma possível demissão antes do Mundial acabar e um feito histórico, o técnico deve promover várias alterações em sua equipe, provavelmente passando da metade dos 11 jogadores.
PRECAUÇÃO SUL-COREANA
Do lado da Coreia do Sul, que também precisa vencer, o técnico Hong Myungbo não pretende colocar a equipe de forma ofensiva. Na coletiva pré-jogo, ele usou um discurso cauteloso e exaltou bastante a qualidade dos homens de frente da Argélia.
- A Argélia se defendeu bem na estreia, mas eu não acho que eles jogarão da mesma forma contra nós. Eles têm excelentes atacantes, muito rápidos e dinâmicos. São jogadores com boa técnica, então deveremos ter alguns cuidados - frisou o treinador.
A Coreia realizou treino fechado no Beira-Rio. A presença de jornalistas do país impressionou, com mais de 400 tentando desvendar a escalação da equipe. Na esttreia, a seleção asiática empatou por 1 a 1 com a Rússia e uma derrota neste domingo deixará a equipe precisando vencer a poderosa Bélgica na rodada derradeira.
FICHA TÉCNICA
COREIA DO SUL X ARGÉLIA
LOCAL: Beira-Rio
DATA-HORA: 16 horas - 22/6/2014
ÁRBITRO: Wilmar Rondán (COL)
AUXILIARES: Christian Lescano (EQU) e Eduardo Diáz (COL)
COREIA DO SUL: Jung Sung-Ryon; Lee Chung-Yong, Kim Chang-Soo, Kim Young-Gwon e Kim Jin-Soo; Lee Chung-Yong, Han Kook-Young, Ki Sung-Yueng e Son Heung-Min; Lee Keun-Ho e Park Chu-Young. TÉCNICO: Hong Myung-Bo.
ARGÉLIA: M'bolhi; Mostefa, Bougherra, Halliche e Ghoulam; Medjani e Bentaleb; Mahres, Taider e Feghouli; Soudani. TÉCNNICO: Vahid Halihodzic