Os benefícios para a mãe e para o bebê fazem do estímulo à amamentação uma comprovada política de nutrição e promoção da saúde. No Brasil, a Rede Brasileira de Bancos de Leite, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) distribui leite materno para os bebês internados em UTIs neonatais. Segundo a representante da Rede em Alagoas, a nutricionista Rosângela Simões, a instituição realiza uma das ações de maior eficácia na redução da mortalidade infantil.

Em menção ao Dia Internacional de Doação de Leite Humano, instituído em 19 de maio, a Coordenação Estadual dos Bancos de Leite Humano de Alagoas realiza na quinta-feira (17), uma ação para sensibilizar mães à doação. O evento acontece no miniauditório do Hospital Universitário, em Maceió, a partir das 14h30, e vai contar com roda de conversa com mães doadoras, vídeo sobre Aleitamento Materno e confraternização.

Segundo a coordenadora estadual, 75% do trabalho realizado pelo Banco de Leite são voltados à assistência à mulher e à criança e 25% das atividades estão relacionadas ao processamento do leite humano. O leite é disponibilizado para bebês internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ou Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), que apresentam patologia e não conseguem mamar.

“A vantagem para a doadora é que quanto mais se ordenha o leite do seio, mais será produzido. A mãe ainda evita complicações como ingurgitamento mamário e mastite. Já os benefícios para os bebês que recebem o leite é a garantia da proteção imunológica de um alimento rico em nutrientes e a consequente saída da UTI, além de contribuir na redução da mortalidade infantil”, explicou Rosângela Simões.

De acordo com a Superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, os dados da taxa da mortalidade infantil em Alagoas 2011 apontam o índice 15,6% para cada 1000 nascidos vivos. Esse número ilustra a redução de 52,4% apresentados pelo Nordeste, representando a região que mais reduziu a taxa no país. De 2006 para 2011, Alagoas diminuiu o número em 5,8%.

DOAÇÃO

Na madrugada de segunda-feira (14), a enfermeira Lavínia Ribeiro ordenhou leite para doar aos bebês da Santa Mônica. Ela aproveite que o filho Davi dormiu 8 horas seguidas para amamentar e ordenhou 110 ml. “É tão maravilhoso amamentar! E tão maravilhoso quanto saber que você está ajudando outras crianças com uma simples doação, é uma sensação única”, relata Lavínia Ribeiro.

Em Alagoas, existem cinco Bancos de Leite. Para doar, as mães podem ligar para o Hospital Universitário (3322.3717) ou Maternidade Santa Mônica (3315.4434), em Maceió. No interior, as doações de leite humano podem ser destinadas ao Banco de Leite Ivete França (Arapiraca), na Santa Casa de Misericórdia (São Miguel dos Campos) e Hospital Regional Santa Rita e Maternidade (Palmeira dos Índios). Existem ainda dois Postos de Coleta em Maceió: na Casa Maternal Denilma Bulhões e no Hospital Nossa Senhora da Guia.

As doadoras que não podem se deslocar até os Bancos de Leite ou Postos de Coleta, podem ligar ainda para o Corpo de Bombeiros (193), que presta o serviço para atender as mães em casa. A estrutura do atendimento conta com vidro esterilizado, gorro, máscara. Os profissionais informam sobre o procedimento a ser realizado pela própria doadora, e também como armazenar o leite na própria residência. O leite deve ser entregue no prazo de oito dias após a coleta.

O que acontece com o leite doado

O leite passa pelo processo de pasteurização e controle de qualidade, onde após a aprovação será estocado em freezer (congelado) por até seis meses. Sua distribuição somente será feita após análises criteriosas e avaliação da necessidade de cada bebê.

Dia internacional

O Dia Nacional de Doação de Leite Humano, tradicionalmente comemorado no Brasil em 1º de outubro, não ocorrerá mais nessa data. Os 24 países presentes no I Congresso Iberoamericano de Bancos de Leite Humano, realizado de 28 a 30 de setembro na capital federal, assinaram, no encerramento do encontro, a Carta de Brasília 2010, que institui o Dia Internacional de Doação de Leite Humano em 19 de maio, com o objetivo de unificar as mobilizações na América do Sul, América Central, Europa e África.