Mulher de Cunha se torna ré na Lava Jato
O juiz federal Sérgio Moro, da Vara de Curitiba, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra a jornalista Cláudia Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cláudia Cruz se tornou ré pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no processo da Operação Lava Jato desmembrado pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República.
O processo trata de contas bancárias secretas mantidas de forma ilegal na Suíça sem declaração à Receita Federal. Cruz é suspeita de esconder dinheiro de propina nessa conta e utilizar os recursos para gastos pessoais.
As investigações apontaram que Cláudia pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão em um prazo de sete anos (2008 a 2014), valor totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido.
O dinheiro foi utilizado pela jornalista para, dentre outras coisas, aquisição de artigos de grife, como bolsas, sapatos e roupas femininas.
Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos do deputado afastado, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies LLP (Estados Unidos).
A filha de Eduardo Cunha, Danielle Dytz da Cunha, também é investigada, mas não foi denunciada pelo Ministério Público Federal.
Outros réus
Também se tornaram réus o empresário português Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira e o operador financeiro João Augusto Rezende Henriques e o ex-diretor da Árra Internacional Petrobras Jorge Zelada.
O processo envolve um contrato da Petrobras que comprou direitos de participação na exploração de um campo de petróleo na África; esse negócio teria resultado em pagamento de propina de US$ 1,5 milhão.
Parte do dinheiro foi para contas bancárias que alimentavam cartões de crédito internacionais da família Cunha.