Sérgio Machado cumprirá pena em sua casa com piscina no Ceará
Após confessar o repasse de mais de R$ 100 milhões em recursos ilegais para políticos, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado iniciará, nos próximos dias, o cumprimento de três anos de pena. Diferentemente de outros delatores, porém, não passará nem um dia sequer na prisão.
O acordo de sua delação, homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, prevê que a pena será cumprida em sua casa: serão dois anos e três meses em regime fechado diferenciado e nove meses em regime semiaberto.
Ele poderá ser condenado a até 20 anos de prisão, que serão automaticamente convertidos na pena alternativa.
No imóvel com piscina e quadra poliesportiva, localizada em um bairro nobre de Fortaleza (CE), Machado terá que usar tornozeleira eletrônica. Também deverá pagar uma multa de R$ 75 milhões.
A Justiça permitiu que 27 pessoas, entre familiares e um padre, tenham acesso à casa durante o período da pena, como visitantes. Médicos, só em caso de emergência.
Já estão definidas oito datas, até 2018, em que o ex-presidente da Transpetro poderá deixar a casa, entre elas o próximo Natal.
Quando não estiver trabalhando, Machado poderá ficar fora da casa por até seis horas ininterruptas.
Seus três filhos também envolvidos no acordo –Daniel, Sérgio e Expedito– não terão qualquer pena de reclusão.
Os depoimentos de delação mostram que o esquema montado por Machado acirrou um conflito de família.
Segundo homem do banco Credit Suisse no Brasil, o filho Sérgio disse ter sido ludibriado pelo irmão mais novo, Expedito, que lhe pediu para abrir uma conta na Suíça.
Sérgio filho contou aos procuradores que o irmão alegou que precisava depositar uma doação que receberia do pai e que os recursos seriam oriundos de negócios de Machado antes da Transpetro.
O executivo do Credit Suisse saiu de casa aos 16 anos e disse não ter bom relacionamento com o pai. Quando a apuração se tornou conhecida teve que pedir demissão.