Bolsonaro questiona CPI: 'O que produziu para diminuir mortes?'
Presidente voltou a criticar trabalhos de senadores da oposição e a defender tratamento precoce

O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a criticar o trabalho de senadores da oposição na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. "O que produziu de concreto para diminuir o número de mortes? Foi contra o tratamento precoce e a favor de quê? Se tratar com quê?", questionou, durante a live da noite desta quinta-feira (7).
Bolsonaro defendeu medicações de outros fins sendo utilizadas contra o novo coronavírus, sob o argumento de que alguns remédios foram descobertos "por acaso". Ele ainda disse que uma das medicações citadas por defensores do tratamento precoce não tem como efeito colateral a arritmia.
"O próprio Conselho Europeu de Cardiologia disse que aquele remédio, que eu não quero falar o nome, não causava arritmia. A CPI disse que vai indiciar o presidente do Conselho Regional de Medicina, mas só porque ele sempre defendeu a autonomia médica", ponderou.
Vacinação
A vacinação de adolescentes contra a Covid-19 voltou a ser pauta de declarações do presidente durante a live. Para ele, não há embasamento científico para aplicar o imunizante em jovens de 12 a 17 anos.
"A gente sabe que 99,9% da garotada, se contrair o vírus, a chance de óbito é zero vírgula alguma coisa. É quase nula. Eu não nego a vacina, ela está à disposição da população. Minha esposa tomou. Mas quem estava nos Estados Unidos comigo, vacinados, [Marcelo] Queiroga, o Pedro [Guimarães, presidente] da Caixa, contraíram o vírus. Não vi a imprensa perguntar a ele se ele fez tratamento precoce. Perguntem a ele!"
Ministérios
Outro tema tratado foi um possível desabastecimento de alimentos por causa da falta de fertilizantes. "Isso vai influenciar na agricultura, mas conversei com a ministra [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] Tereza Cristina, como está a situação. Estão ultimando um programa de fertilizantes no Brasil que começou em março deste ano", afirmou.
O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, esteve presente na live. No fim da transmissão, Pontes se sentou com Bolsonaro e assinou uma portaria que cria uma rede de insumos. "O senhor falou da necessidade de insumos para a agricultura, isto é uma portaria que cria insumos desde o estudo científico até o uso de bioinsumos", afirmou.
O presidente não comentou a crise recente do Ministério da Economia, envolvendo denúncias de que Paulo Guedes teria empresas em paraísos fiscais e de que estava lucrando com a valorização do dólar.
Confira os principais pontos da live:
Inflação
"Eu estava certo. A crise do 'fique em casa' traduz a nossa inflação e falta de alimentos. O coronavírus é uma guerra. Ninguém ganha guerra embaixo da trincheira, na cama. Teve gente que tinha carteira assinada e teve que negociar com o patrão para diminuir o salário e não perder o emprego, ou seja, teve ajuda do governo. Mas tudo é resultado do 'fica em casa, a economia a gente vê depois'. Tem gente do PT, PSOL, me culpando pela crise, pelo desemprego, pela inflação que está aí e ninguém nega. Mas pergunta como agiram os governadores dos partidos de esquerda lá atrás. A política do ‘fique em casa’ agravou a crise do mundo todo. O número de mortes por Covid nos Estados Unidos não era por causa do Trump? Ele não era genocida? Equiparou os números agora com Biden. E ele não é chamado de genocida. O Brasil é um dos países que menos sofreram na economia da pandemia. O auxílio emergencial que pagamos a 68 milhões de pessoas, com montante que equivaleu a 13 anos de Bolsa Família, ajudou a economia. As pessoas que receberam gastaram no comércio, na feira, nos mercados. Não tenho bola de cristal, é questão de bom-senso. Como eu apanhei, como bateram em mim. Falando que eu tava pensando no patrão. Mas tinha que cuidar dos mais idosos e continuar funcionando o comércio. Tem país que nem é inflação, é desabastecimento. Simplesmente não tem."
Alimentos
"Deve faltar fertilizante. Por falta de oferta, o homem do campo vai plantar menos, colher menos, e vai ter aumento de preço. Isso é para o mundo todo. Conversei com a ministra [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] Tereza Cristina, como está a situação. Estão ultimando um programa de fertilizantes no Brasil que começou em março deste ano. Eu estive com deputados da frente da agricultura, 50 parlamentares, chamei o Almirante Rocha, e ele falou que, no começo do mês que vem, vai ser apresentado um projeto sobre fertilizante. Nós temos matéria-prima no Brasil para isso. Mas é um problema sério que estamos trabalhando para evitar, desde março, abril."
Combustíveis
"Temos o apoio do [Arthur] Lira para buscar uma maneira de diminuir o preço. Nós importamos parte da gasolina que produzimos aqui com o preço que está lá fora. O cara não vai comprar gasolina a R$ 4 reais lá fora para vender a R$ 3 aqui. Estamos sujeitos ao preço lá de fora. Lembra das refinarias que o pessoal falou que ia fazer aqui? O que foi gasto com as refinarias que começaram a fazer aqui e não deram em nada? Duzentos e trinta bilhões de reais que quem paga é você. O Lira não tem poder para decidir o que vai ser votado. Ele coloca na pauta, está buscando maneiras de atender. O grande problema dos combustíveis é o ICMS. Se o ICMS não incidir em cima do valor da refinaria, na gasolina, ou do etanol, na usina, vamos viver essa incerteza o tempo todo."
Corrupção
"Alguns acham que, depois da decisão do Supremo [Tribunal Federal], nosso amigo comprovou que é inocente. O pessoal da delação premiada devolveu R$ 3 bilhões. Está na cara que são desviados no mínimo R$ 30 bilhões. No mínimo, ninguém sabe o máximo. Tem uma área que pertencia à Petrobras e foi dada a uma empresa canadense. Quem tinha prioridade para explorar o potássio lá era o Canadá. O Ministério da Agricultura me mandou um documento confidencial, e o que tinha lá? O contrato havia sido cancelado e a Petrobras pagou uma multa à empresa. O que pode ser? A estatal que tem amigo lá faz contrato, depois fala 'vou rescindir' e paga uma multa de algumas dezenas de milhões de reais. Isso pode ser a ponta do iceberg da indústria do distrato no Brasil. A [ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos] Damares descobriu um contrato da Funai de R$ 50 milhões com uma empresa que ia ensinar índio a usar bitcoin."
Fake news
"Estão alegando que o Telegram é uma ameaça digital. Lá não dá para censurar, tirar do ar. Como não pode, dizem que é ameaça às eleições. Tem matéria dizendo que eu posso fazer fake news lá. O que é fake news contra o Haddad? Dizer que ele é contra as drogas, a favor da família, que o partido nunca roubou? Quando me acusam de fake news, não falam qual é a mentira. E querem me tornar inelegível por fake news. Lógico que ampliamos nossa rede para o Telegram. Lá não tem censura. Hoje, se você posta alguma coisa suspeita contra a vacina, está sendo tachado de terraplanista, negacionista."
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