Machista e inseguro: veja por que um red pill provavelmente transa mal
Psicóloga explica como a mentalidade misógina e retrógrada de um red pill pode levar a um sexo ruim e até a disfunções sexuais masculinas

Os famosos red pills tomaram a internet nos últimos meses e dividem opiniões entre dois grupos: os que concordam com a mentalidade “macho alfa” vendida pelo grupo e os que os categorizam como misóginos. E não só misóginos, mas misóginos que transam mal.
Para quem não sabe, red pill é o termo em inglês para pílula vermelha, em referência ao filme Matrix. Assim como no clássico longa de ficção científica, os red pills acreditam que escolheram tomar a pílula vermelha para viver a verdade nua e crua do mundo, em detrimento da pílula azul, que mantém as pessoas sob a manipulação do sistema.
O “estilo de vida” ganhou ainda mais destaque quando influenciadores como Thiago Schutz – também conhecido como Calvo do Campari – e Taylor Simão (ambos na foto em destaque) começaram a reforçar os dogmas da red pill nas redes sociais e em participações em podcasts.
De acordo com eles, a sociedade favorece as mulheres, que usariam os homens como seus capachos com o intuito de tirá-los de sua suposta posição “natural” de poder. Partindo do fato histórico de que a sociedade foi construída em cima de um sistema patriarcal, os red pills têm o intuito de levar a mulher de volta para sua posição anterior – submissa e sem voz.
“É fácil de perceber isso, porque esse movimento red pill começou a ganhar força agora, no momento em que as mulheres passam a ter seu lugar na sociedade e saber se posicionar, não só fora de casa como dentro, no relacionamento e na cama”, explica a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo.
Dessa forma, homens com essa mentalidade se sentem castrados ao perceberem que estão perdendo o local de destaque na sociedade e na cama. Afinal, o fato das mulheres passarem a ocupar um lugar de igualdade soa para eles como se os homens estivessem “invisíveis” ou “inferiores”.
Eles transam mal?
Generalizações à parte, a maior probabilidade é que sim. Ao menos no que tange o conceito científico do que seria uma relação sexual prazerosa para as duas partes. Uma vez que sexo é um processo que precisar envolver entrega e troca, é improvável que um homem que vá para a cama vendo a parceira como uma oponente consiga a conexão necessária para atingir 100% do potencial de uma transa.
“O sexo vai muito além do ato sexual em si. É querer ter e dar prazer de forma igual, é se satisfazer ao ver o prazer do outro, se permitindo sentir e explorar tudo o que desejar. E isso pode acontecer não só em um relacionamento, mas no sexo casual. Conexões temporárias também são conexões”, afirma a especialista.
A teoria é reforçada com relatos de mulheres que já tiveram relações sexuais com red pills – de carteirinha ou que apenas concordam com os pensamentos sem fazer tanto alarde. Para a brasiliense Luísa Mesquita, de 28 anos, as experiências com homens que pensam desta forma foram “totalmente b*sta”.
“Eles só se preocupam em replicar cenas de filmes pornográficos. Era tudo rápido demais, parecia uma britadeira”, relata a estudante de psicologia.
Pode ser que brochem
Outra questão é a possibilidade de todo o discurso e mentalidade red pill acabar, na hora H, se voltando contra os próprios homens. É importante ressaltar que não é o “favorecimento às mulheres” que coloca nos homens as pretensas obrigações de serem “máquinas do sexo”, “sempre dominantes” e “imbrocháveis”. É a própria estrutura machista.
Contudo, todas essas autocobranças podem fazer surgir um fenômeno chamado “ansiedade por desempenho”. A aflição por atingir todas as expectativas esperadas de um “macho” acaba, fatalmente, fazendo que durante o sexo a cabeça do homem esteja na preocupação de não fracassar, quando deveria estar no próprio sexo.
“Se o homem se depara com uma mulher que quer ser protagonista também, ele entra em conflito e se sente inseguro. Com isso, pode acontecer a ejaculação precoce e até mesmo a perda de ereção”, elucida.
Por fim, a dica é: mesmo em sessões fetichistas de dominação e submissão, no âmbito subjetivo de uma transa gostosa e funcional há sempre dois protagonistas (ou três, ou quatro, a depender da quantidade de envolvidos). Pensar no sexo como uma disputa e não como uma troca é receita certa de uma transa ruim e esquecível. Logo, repense.
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