Muito antes das biojoias virarem moda por causa da personagem Luna, da novela Fuzuê, da Rede Globo, a ideia de utilizar materiais recicláveis para produzir bijuterias foi iniciada por duas professoras do Campus Arapiraca, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Thaissa Lúcio Silva e Iara Terra de Oliveira, do curso de licenciatura em Química, começaram a produção de bijuterias sustentáveis, em setembro de 2022, como forma de angariar recursos para o projeto Alagoas Mais Limpa, que tem o objetivo de promover a reutilização de resíduos sólidos.

O projeto Alagoas Mais Limpa, que abrigou a produção de bijuterias sustentáveis, foi criado pelas mesmas professoras em setembro de 2021, com a finalidade promover ações ambientais para reunir pessoas na coleta de resíduos sólidos descartados de forma irregular nas diversas localidades de Alagoas.

Segundo as professoras, é preciso “conscientizar a população da importância dessa prática ambiental, que cada um deve ser o responsável em recolher seu lixo e fazer o descarte de forma correta. Acreditamos que o estado alagoano pode ser mais limpo, proporcionando melhor qualidade de vida da população e um meio ambiente mais saudável”, declaram as idealizadoras.

Agenda 2030

A inspiração para esse trabalho surgiu da Agenda 2030, lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, estabelecendo 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Seguindo o desafio de sustentabilidade, em 2021, a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) lançou o Movimento Química Pós 2022 - Sustentabilidade e Soberania.

A partir daí, as professoras Thaissa Lúcio e Iara Terra se propuseram a colaborar com a formação de estudantes de licenciatura em Química que pudessem ser multiplicadores dos objetivos estabelecidos pela ONU. “ Nossa perspectiva é formar agentes multiplicadores de ações que possam formar cidadãos conscientes e tornar as cidades sustentáveis”, ressaltam as professoras.

Educação ambiental, criatividade e empreendedorismo

Agora, o projeto de Bijuterias Sustentáveis é uma ação de Extensão registrada no sistema acadêmico. As professoras já conseguiram envolver produtores locais da cidade de Arapiraca, estudantes universitários e organizações parceiras. Atualmente, elas produzem brincos, colares, pulseiras, anéis, chaveiros e presilhas. No final do ano passado, também fizeram guirlandas natalinas confeccionadas com cápsulas de café.Em 2023, as professoras realizaram duas oficinas no Projeto Acolher Quem Cuida, da Pestalozzi Arapiraca; uma em agosto e outra em setembro. Nas oficinas, as mães das pessoas atendidas na instituição aprenderam na prática como produzir as bijuterias. “Ficamos honradas em compartilhar momentos de educação ambiental, criatividade e empreendedorismo. Durante as oficinas, as mães produziram bijuterias sustentáveis, a partir da reutilização de lacres metálicos”, comemoram as professoras.

No perfil do Instagram, criado para divulgar as atividades do projeto, são apresentadas “as mentes criativas por trás das bijuterias sustentáveis”. Hércules Silva é um desses talentosos criadores de peças. "O projeto tem sido uma extensão do que eu já sei fazer e amo. Como artesão, a minha especialidade é a montagem de bijuterias. E trabalhar em conjunto com a professora Thaissa tem me proporcionado muitos outros ensinamentos”, declara o estudante.

As peças desenvolvidas no projeto Bijuterias Sustentáveis estão sendo comercializadas neste mesmo perfil do Instagram, em embalagens biodegradáveis, e podem também ser adquiridas presencialmente, na sede do Campus Arapiraca, com participantes da equipe. As professoras Thaissa e Iara estão planejando as atividades para 2024 e contam com a participação e divulgação de mais pessoas. “Juntos podemos construir uma Alagoas mais limpa, mais consciente e mais estilosa”, convidam elas.

Conheça o projeto no perfil @bijusustentaveis.