Polícia

Defesa de médico indiciado por estupro de vulnerável contra a própria filha contesta investigação

Segundo a defesa, laudo do Instituto Médico Legal comprova que não houve estupro

Por 7Segundos 02/10/2024 08h08
Defesa de médico indiciado por estupro de vulnerável contra a própria filha contesta investigação
Sede das delegacias da Mulher, Criança e do Adolescente de Arapiraca - Foto: Reprodução

A defesa do médico indiciado por estupro de vulnerável contra sua filha de três anos, em Arapiraca, reafirmou, nesta terça-feira (1º), que ele não cometeu o crime e declarou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca comprova que a criança não sofreu abuso sexual.

Na última semana, a delegada Maria Fernandes Porto, responsável pela Delegacia Especial da Criança e do Adolescente de Arapiraca, concluiu o inquérito indiciando o profissional de saúde. A defesa, no entanto, criticou duramente o resultado das investigações, afirmando que “a conclusão do inquérito é contrária aos fatos apurados e ao Laudo de Exame de Corpo de Delito (Exame de Estupro), documento oficial do IML, que comprova que não houve qualquer violência sexual contra a criança”. 

Além de discordar das conclusões, a defesa acusou a delegada de ter divulgado informações sigilosas, contrariando o artigo 234-B do Código Penal. “Forneceu informações suficientes para a identificação das partes, o que acabou com a vida do médico e da criança, além de colocar em risco a integridade física do pai, que está sendo execrado pela sociedade e sofrendo ameaças de morte”, alegou a defesa.

A denúncia foi feita pela mãe da criança, que está em processo de separação do médico. Segundo a Polícia Civil, ela teria desconfiado do comportamento do marido e instalado câmeras de monitoramento em casa para verificar atitudes incomuns. A partir dessas suspeitas, ela teria levado a criança a uma psicóloga e formalizado a denúncia.

Em contrapartida, os advogados do médico negam que existam imagens comprovando os abusos e afirmam que as câmeras já estavam instaladas desde o nascimento da filha, sendo que apenas a mãe teria acesso às gravações. “O pai da criança protocolou pedido para que as imagens sejam apresentadas à Justiça, o que comprovaria a convivência respeitosa e amorosa entre ele e sua filha”, sustentou a defesa.

A defesa ainda expressou preocupação com a repercussão do caso na mídia e nas redes sociais, argumentando que a exposição indevida da criança e do pai causou danos irreparáveis. “A divulgação de fotografias da menor na internet perpetuará um estigma, tanto se a acusação for comprovada quanto se for desmentida. O médico já foi afastado de seus empregos e está privado da convivência com a filha. Como serão reparados os danos causados ao médico e à sua filha?”, concluiu a defesa.