As luzes do Teatro Hermeto Pascoal, no Sesc Arapiraca, iluminaram no último sábado (15) o surgimento de um novo momento na ribalta alagoana. Dos palcos para a tela, o corpo cênico da região se fez presente na Seleção Oficial de Elenco da série Contos Perdidos de Alagoas, que durou o dia inteiro.

Dezenas de atores e atrizes de Arapiraca, Taquarana, Maceió, Recife e outras cidades — que foram habilitados e selecionados para o teste a partir de inscrição prévia — apresentaram monólogos e interações em equipe, já com textos de cenas que serão utilizadas no seriado.

A produtora Brothers, que captou o projeto via edital estadual, estava a postos colhendo todos os detalhes do dia, para posterior reexaminação por parte dos diretores Anderson Soares, Vitor Sousa e Anderson Barros, trio que conduzirá esta que é a primeira série de ficção de Alagoas, com produção executiva de Aline Cléa Sousa, Leonardo Dias e novamente Anderson Soares.

O resultado do teste será divulgado até meados do próximo mês de abril no perfil oficial do Instagram: @contosperdidosdealagoas.serie. Fique ligado(a)!

PRIMEIRO TESTE

“Gostei da experiência neste Teste de Elenco. Foi desafiadora, porque geralmente tenho mais contato com a plateia do teatro. Aqui foi diferente. Quando disseram ‘Ação’!, era apenas a câmera — algo novo pra mim. Há ainda o modo de se expressar, que também muda. No teatro e no cinema, isso é bem distinto. No teatro, é preciso por vezes ocupar a cena, mas, diante da câmera, os gestos e as expressões são mais contidos”, pontua a atriz arapiraquense Israelly Akianny, de 17 anos.

No total, foram 101 inscrições para a Seleção Oficial de Elenco do seriado, que explorará o suspense e o horror psicológico em sua trama, contando a história de um pai que não mede esforços para salvar a filha de uma doença incurável, fazendo pacto até com quem não devia e erguendo uma capela como pagamento da dívida, bem no Centro da capital do Agreste alagoano em meados dos anos 1970.

Esse foi o primeiro Teste de Elenco da carreira de Israelly, que levou para o local um monólogo baseado no livro “A Culpa É das Estrelas”, de John Green, a partir do Elogio Fúnebre de Hazel Grace. Como trajeto anterior, ela atuou em peças na Escola Santa Catarina, quando era estudante, e também fez o Curso de Teatro na Escola Municipal de Artes.

Quem também fez este mesmo curso — que é ministrado pelo experiente ator Marcos Cordeiro — foi a também atriz arapiraquense Carolina Mel, de 19.

Em seu monólogo, ela levou texto próprio, uma crônica de sua autoria que enfatizava a persona trazida como a noite, como passageira, não permanecendo muito na vida das pessoas.

“Achei incrível realizar este teste para a série! Não foi o meu primeiro. Esses dias, participei do curta-metragem arapiraquense “Entranha”, de Rosana Dias e Wagno Godez, duas pessoas cuja direção me guiaram bastante como atriz. Aprendi bastante e espero continuar aprendendo muito mais nesse caminho que está só começando”, diz a jovem Carolina.

Atriz durante teste feito para selecionar elenco para a série; Foto: divulgação/assessoria

EXPERIÊNCIA

Também no certame, no outro lado da régua etária, a experiente atriz Sônia Amorim, com seus 60 anos, que estrelou recentemente o curta “Abaporu”, de Igor Vasconcelos, fazendo importante papel de uma senhora que preparava salgados com carne humana, enredo baseado em um fatídico caso que ocorreu no interior pernambucano na última década.

“Fiquei encantada pelo fato de o chamamento para este projeto não ter limitação de idade. Estão acolhendo pessoas de todas as idades para esta série e isso é maravilhoso, porque coloca atores e atrizes iniciantes em contato com profissionais com mais andança percorrida e a troca e o aprendizado são enormes! Fiquei feliz em participar do teste, com a certeza que essa sinergia entre os diretores da Bahia e daqui de Arapiraca será fantástica”, comenta Sônia.

O diretor baiano a quem ela se referia era Anderson Soares que, além disso, é também roteirista, produtor executivo e educador. Ele igualmente ficou encantado com as atuações que presenciou no set montado no palco do Teatro Hermeto Pascoal.

“O que vimos aqui na cidade é uma potência muito grande. Ótimos atores e atrizes, inclusive alguns de fora, vindo fazer o teste. Será uma decisão difícil para nós escolhermos o cast para este projeto. Tem muito gente boa! E estamos vendo o interesse das pessoas em cinema de um modo crescente por aqui, ao realizarmos as formações e cursos gratuitos, com a Cine Arts, um projeto de Extensão na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que já formou mais de 1,5 mil jovens e adultos para o mercado audiovisual, inclusive, pessoas sendo indicadas em importantes festivais pelo Brasil e no mundo, como o Oscar. Está sendo maravilhoso construir este projeto aqui em Arapiraca“, ressalta ele, que tem mais de duas décadas no mercado audiovisual.

No início deste mês, ao lado de Nina Novaes, ele realizou mais duas formações na cidade, com “Produção de Impacto” e “Direção para Cinema e TV”, na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) campus Arapiraca, de forma gratuita, havendo grande procura.

SOBRE O SERIADO

A série Contos Perdidos de Alagoas, projeto proposto pela produtora Brothers, foi aprovada conquistando a nota máxima de dois pareceristas no edital “Casamento É Negócio?”, pela Lei Paulo Gustavo do Estado. Já esta Formação Audiovisual em Séries é uma realização da produtora Cine Arts, com organização das produtoras Brothers, Vision, Graphos e Oxe Vamos Nessa, tendo apoio institucional da Prefeitura de Arapiraca e da Uneal. A metodologia Cine Arts já formou mais de 1,5 mil profissionais da área audiovisual na Bahia e agora traz para o território alagoano essa iniciativa.

A previsão para início das gravações é já para o final deste primeiro semestre de 2025.

Para saber mais novidades a respeito da série, acompanhe o perfil oficial do Instagram: @contosperdidosdealagoas.serie.