Politicando
Decisão do STJ de manter Paulo afastado tem recado nas entrelinhas para críticas contra ministra
Corte Especial manteve decisão de Laurita Vaz, mas com mudança no tempo de afastamento: até 31 de dezembro
A decisão, por maioria dos votos (10 a 2), da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de manter o governador e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB) afastado do cargo conforme ordem judicial da ministra Laurita Vaz, tem nas entrelinhas um recado para o senador Renan Calheiros, que disparou críticas contra a magistrada e ameaçou levá-la a julgamento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Apesar de acatarem decisão da relatora do inquérito que investiga supostos envolvimentos de Paulo em contratação de servidores fantasmas e rachadinhas, ocorridos na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), quando deputado estadual, os magistrados decidiram que o afastamento segue até o final de dezembro deste ano.
O senador Renan Calheiros criticou duramente Laurita Vaz chamando-a de “bolsonarista”, bem como prometeu acionar o CNJ para julgá-la sobre o inquérito que investiga o governador do Estado. O parlamentar chegou a afirmar que a magistrada não teria competência legal para estar à frente da ação judicial e afastar Paulo do cargo, até o final do mandado dele, e não mais por 180 dias, como solicitado pela ministra anteriormente, mas descartada pela Corte Especial.
Durante a análise da decisão de Laurita Vaz, o pleno da Corte Especial se solidarizou com a ministra por conta dos ataques sofridos por ela. Ao final da votação favorável a relatora (10 a 2), a ministra se emocionou, agradeceu e negou razões políticas para a decisão do afastamento de Paulo, no processo que segue em segredo de justiça e teve início em 2017.
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