Politicando
Em artigo, secretária da fazenda afirma que acordo da Braskem com prefeitura deve ser revisto, e que estado perdeu R$ 30 bi só em 2022
Renata dos Santos escreveu para a Folha
Em um minucioso texto publicado nesta quarta-feira (20) na edição virtual do jornal Folha de São Paulo, a Secretária de Fazenda de Alagoas, Renata dos Santos, pediu que o acordo da mineradora Braskem com a prefeitura de Maceió, fechado em 2022, seja revisto pela justiça.
Renata disse ainda que o crime ambiental promovido pela multinacional freou um processo de redução das desigualdades sociais que vinha sendo desenvolvido de forma sustentável no estado há vários anos.
Falando em números, a gestora afirmou que só até 2022, Alagoas perdeu 30 bilhões de reais em impostos e outros recursos que deixaram de entrar nos cofres estaduais - um indicativo de que esta deve ser a cifra perseguida pelo estado nos tribunais para haver alguma possibilidade de acordo com a empresa.
Segundo ela, são mais de 70 mil maceioenses afetados diretamente pelo problema. “Cinco bairros e cerca de 62 mil pessoas foram diretamente afetados desde 2018. As populações dos Flexais, Vila Saem, Marquês de Abrantes e Bom Parto estão isoladas.Especificamente nesses bairros, são mais de quase 10 mil pessoas em tais condições”.
A secretária relatou ainda os problemas de ordem ambiental originados a partir da tragédia, como o fechamento de uma adutora da Casal que beneficia 400 mil maceioenses, além da “salinização da água, que trará consequências para o ecossistema que tem mangues e é fonte de subsistência de quem vive à beira da lagoa”.
Renata tem aparecido com mais força nesta discussão desde o início do colapso da mina 18, no final do mês de novembro. A gestora tem ressaltado que o estado também tem um passivo a ser resolvido com a mineradora, que até agora fechou somente um contestado acordo com o município de Maceió.
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O objetivo do blog é analisar a conjuntura política na capital e no interior de Alagoas.