Blog do Roberto Ventura

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O 'sombra' ou papagaio de pirata?

20/04/2024 10h10 - Atualizado em 20/04/2024 11h11
O 'sombra' ou papagaio de pirata?

O resultado de uma eleição está relacionado a diversos fatores. O eleitor, cada vez mais politizado, está atento a tudo e a todos, faz um comparativo, analisa o perfil dos candidatos, analisa as diversas situações, bem como, o cenário político para dar seu voto.

Não vou aqui tecer nenhum comentário sobre esses fatores, até porque, existem muitos, mas existem, sobretudo, os mais nocivos a um postulante a um cargo eletivo, especialmente quando se trata de uma eleição interiorizada.

Achar que o eleitor decide seu voto simplesmente por dinheiro, esses, que assim pensam, estão redondamente enganados. Nos municípios, o eleitor decide seu voto pelo modo de o candidato se vestir, de falar, de se expressar, pelas ações, pelo trabalho realizado na comunidade, pelo seu passado e presente, por sua vida familiar, sua vida social, profissional, por um grande favor e, evidentemente, por uma ajuda financeira, mas ele vota também, pelas pessoas que estão ao lado do candidato. É nesse espaço que aparece a famosa figura do ‘sombra’ ou o famigerado papagaio de pirata que prejudica, causa danos e compromete o resultado de uma eleição.

Essas figuras são aquelas que andam, falam, opinam, organizam, blindam equivocadamente o candidato, causa insatisfação ao grupo político ao qual ele está inserido, e até decidem algumas ações do candidato sem, no entanto, ter conhecimento de causa, experiência ou preparo técnico-científico para isso.

Entretanto, o que mais me desperta a atenção é essa corrida desenfreada de políticos - isso tornou-se uma praga na seara política - que passam a se cercar de 'personas non gratas’ a sociedade. Isso tenho constatado em todos os municípios que já visitei, que já participei de campanhas políticas e, dentre esses, cito União dos Palmares, com cerca de 80 mil habitantes, onde participei ativamente, de duas campanhas políticas.

Isso acontece em todas as administrações - sem exceção -, onde os intelectuais, os mais experientes e preparados para funções específicas, saem de cena e dão lugar aos antissociais, aos famigerados ‘sombras’.

O eleitor pensa mais ou menos assim: " Bem, gosto do Pedro Terto, ele é trabalhador, sério, já fez muito pela minha comunidade, bom pai de família, cumpriu com boa parte de seus compromissos e de todos os candidatos ele é o melhor e mais preparado, mas, se eu votar nele, o João da Silva ficará com todo o prestígio e irá nos perseguir, esse cara é mau caráter, arrogante, prepotente, egoísta, antissocial, ele será uma pedra no sapato do meu candidato, então, vou anular o voto, já que os outros também não me representam.

Como o candidato deve agir nesses casos? Primeiro, o candidato tem que ter poder de decisão e agir de maneira inteligente e firme afastando aquilo que representa um perigo iminente à campanha e, consequentemente, o resultado da eleição, porque, caso contrário, poderá colocar em risco todo um projeto político para o presente e também para o futuro.

Para concluir, vale salientar que, nem todo o apoio é bem-vindo, porque rejeição é coisa séria, principalmente em municípios que possuem um eleitorado pequeno. É como diz o adágio popular: por causa de um boi se perde a boiada'.

Sobre o blog

Roberto Ventura: Bel. em   Ciências Sociais ( Cientista Político),   Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional

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