A campanha Pare o Tsunami de Plástico foi lançada oficialmente no Senado Federal na última terça-feira (18/8), em Brasília, e o evento contou com a presença da atriz e ativista socioambiental Laila Zaid. O movimento visa chamar atenção do Congresso e da sociedade para a importância da aprovação do PL 2524/2022, que cria um marco regulatório para economia circular do plástico no Brasil.

Em entrevista, Laila enfatizou a importância da classe artística se engajar em causas ambientais. “Acho que existe esse imaginário de que pessoas famosas levam uma vida muito, sei lá, luxuosa. E aí, quando eles veem que, olha, não, ela tá ali compostando o próprio lixo, sei lá, plantando a própria comida e falando da maternidade real dela, lavando as fraldas de pano dos filhos, acho que isso aproxima e faz com que a pessoa entenda que é possível para todo mundo”, afirma.

A atriz contou que usa o seu ofício para tornar as pessoas mais conscientes: “Mais do que o meu tamanho de alcance, tem uma coisa também de eu conseguir usar o que eu sei fazer, que é a minha arte, principalmente na minha zona de conforto, que é o humor, que é tratar da crise climática com uma pegada mais leve, mais divertida, mais suave, que engaja mais fácil”.

Laila revelou ainda que incentiva e convida a classe artística a se engajar mais nas causas ambientais: “Eu acho que as pessoas estão começando a entender isso só agora, principalmente nessa última eleição, onde não se engajar na questão política foi considerado uma coisa um pouco esquisita, os artistas começaram a se engajar, sim, mas eu acho que é uma classe, principalmente os muito conhecidos, que se acomodou mesmo. Era um mercado favorável e acho que só agora eles estão entendendo o tamanho e a importância, o tamanho deles e a importância de se engajar”.

Laila, que recentemente viveu uma mãe hippie que vive em uma comunidade no filme Pai em Dobro, da Netflix, contou ainda como sua vida pessoal se conecta com seu trabalho. “Esse personagem que eu fiz nesse filme, ele foi uma grande coincidência, porque eu estava morando numa comunidade, né? Criando os nossos filhos numa escola florestal. E eu acho que quando me fizeram o convite, não sabiam necessariamente disso. Aquela história da vida imita arte e a arte imita a vida”, contou a atriz.

Deixar a atuação um pouco de lado para se dedicar ao ativismo não é uma coisa de qual Laila se arrepende: “Eu estou muito feliz no ativismo. E eu sou muito feliz atuando também, mas eu acho que agora, neste momento, não estão cabendo muitos projetos que não contem histórias que eu queira contar. Então, eu acho que eu estou ficando um pouco mais seletiva.”