Emílio Orciollo Netto desembarca em Brasília com a peça Bonitinha, mas Ordinária, uma remontagem 62 anos depois do sucesso de Nelson Rodrigues. Vivendo Edgard, um homem que parece ser ingênuo aos olhos de homens poderosos, na produção, o ator estreou nessa quinta-feira (12/12) e vai até 22 de dezembro na Caixa Cultural Brasília.

“Bonitinha, mas Ordinária é um texto escrito em 1962, mas você vê a potência do Nelson Rodrigues, como é [um texto] contemporâneo. A peça ainda é um reflexo da nossa sociedade, a gente trata de temos como racismo, misoginia, machismo, questões que estão no dia a dia e precisam ser tratadas com muito cuidado para que a gente não cometa os mesmos erros do passado”, disse o ator em papo com o Metrópoles, nesta sexta-feira (13/12).

Ao lado de Sol Miranda, Júlia Portes, Ricardo Blat e Sylvia Bandeira, Emílio — que também é produtor da peça — traz a “densa” história de Nelson Rodrigues com uma família negra. “O Nelson coloca a lente de aumento dentro da sagrada família brasileira e vai lá no pâncreas, no fígado, e mostra a vida como ela é”, completa.

Além do espetáculo, Emílio estreou o filme Voo do Anjo, com Othon Bastos, e comemorou a retomada e o grande sucesso do cinema nacional, alavancado por Ainda Estou Aqui. “Sinto que, nesse momento, é uma retomada com Ainda Estou Aqui. E agora vem o Auto da Compadecida 2”, lembrou.

Carreira consolidada
Na conversa com a reportagem, Emílio também ponderou sobre a presença de influenciadores em produções de televisão e nos streamings. Com 35 anos de carreira e consolidado como artista versátil, ele ponderou que há espaços para todos e garantiu: “Só fica, de fato, quem é bom”.

“Eu acho que tem espaço para todo mundo. Agora, só fica de fato quem é bom. Tem muitos atores e atrizes que aparecem e somem, de todos os lugares. Sejam influenciadores, atores, manequins, modelos. Tem gente competente em todos os lugares”, ponderou.

“Se eu tiver que trabalhar com influencer… eu trabalho com todo mundo, respeitando para ser respeitado. A gente sempre acaba aprendendo, importante é estar conectado, aberto. Fica, de fato, o tempo! É melhor não julgar, as coisas, por si só, elas acontecem”, finalizou.

Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson Rodrigues
De 12 a 22 de dezembro, às 20h de quinta-feira a sábado e às 19h aos domingos, na Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul Q. 4, Lotes 3/4 – Asa Sul). Ingressos a partir de R$ 15. À venda on-line. Não recomendado para menores de 16 anos.