Taís Araújo desabafa sobre destino de Raquel em ‘Vale Tudo’: ‘Fico triste e frustrada’
Atriz comenta mudanças na trama do remake e lamenta a falta de uma narrativa de ascensão para personagem negra
Taís Araújo abriu o coração sobre o futuro de Raquel Acioli, sua personagem no remake de "Vale Tudo". Após um novo golpe de Odete Roitman (Deborah Bloch), a empresária perdeu tudo e voltou a vender sanduíches na praia, retomando o ponto de partida da novela. Em entrevista à revista Quem, a atriz de 46 anos lamentou os rumos da personagem.
“Esse momento da Raquel voltar a vender sanduíche na praia, confesso que recebi com um susto. Porque não era a trama original. Para mim, a Raquel ia numa curva ascendente. Quando vi aquilo, falei: ‘Ué, vai voltar para a praia, gente’. Depois entendi que ela estava escrevendo uma parte da história. Vamos embora fazer”, contou Taís.
A atriz ressaltou que a expectativa do público, em especial da população negra, era ver uma protagonista que alcançasse poder e reconhecimento. “Também tinha a esperança disso e gostaria muito de vê-la assim. Como mulher negra, como artista negra, queria ver uma outra narrativa sobre mulheres negras”, afirmou.
Segundo Taís, a frustração vem do impacto que a televisão tem na construção de imaginários sociais. “Quando peguei a Raquel para fazer, pensei: ‘A narrativa dessa mulher é a cara do Brasil. Ela vai ter ascensão social a partir do trabalho e permanecer’. Isso seria uma narrativa nova para a representação da mulher negra na teledramaturgia. Quando vejo que isso não aconteceu, como artista que quer contar uma nova narrativa de país, confesso que fico triste e frustrada”, desabafou.
Mesmo diante das dificuldades, a atriz garante que continuará defendendo a personagem até o fim. “Com respeito enorme a todas as mulheres que Raquel representa, vou até o final defender essa personagem porque acredito nessa mulher. Acredito nessa mulher negra que trabalha para manter uma família, que ascende socialmente, que se dedica, que é séria, capaz, competente”, declarou.
Taís também destacou que procurou imprimir força e resiliência à personagem nesse momento de queda. “Ela não ia ficar chorando, ela ia levantar e trabalhar. É o que as mulheres desse país fazem. As que estão na base da pirâmide. Elas levantam, são valentes e vão trabalhar. Eu gostaria muito que a Raquel tivesse uma curva ascendente, poderosa, que a batalha dela fosse outra e não apenas a sobrevivência”, observou.
A repercussão nas redes sociais reforça a visão da atriz. “Estou vendo tudo que as pessoas estão falando, tá, gente? Vendo, escutando, lendo, entendendo. Me alio muito com vocês nesse sentimento, inclusive de frustração. Gostaria mesmo que a batalha fosse de outra ordem, conflitos éticos com Odete, por exemplo. Mas não teve. Temos que lidar com o que está posto”, comentou.
Com 30 anos de carreira completados em 2025, Taís espera que a reta final da novela ainda reserve uma virada para Raquel. “Ela é um exemplo de mulher, um exemplo para mim. Torço para que consiga reverter a situação, se estabelecer financeiramente e colocar em prática tudo o que tanto fala e acredita”, disse.
E concluiu com um desejo: “Espero realmente que a vida devolva a ela o que ela dá para a vida. Aí teremos uma narrativa contemporânea. Está na hora da gente ver a população negra nesse lugar. A ficção também serve para a gente sonhar e se sentir possível. É sobre isso”.
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