De 2019 em diante, Cuca foi exceção em meio a uma legião de treinadores estrangeiros que desembarcaram na Vila Belmiro. Começou com Jorge Sampaoli, passou por Jesualdo Ferreira e, depois de um pequeno intervalo, segue com Ariel Holan, anunciado nesta segunda-feira como novo comandante do Santos. Pois o argentino tem uma trajetória bastante incomum.

Começou no esporte como técnico das seleções femininas de hóquei sobre a grama da Argentina e do Uruguai. Com as uruguaias, inclusive, chegou a ganhar a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2003, levando o país ao seu melhor resultado em todos os tempos. Naquele mesmo ano, porém, mudou de esporte e entrou no futebol, fazendo estágios com nomes renomados, como Daniel Passarella, Jorge Burruchaga e Matías Almeyda. Galgou espaços, ganhou a fama de "cientista da bola" e, em 2015, assumiu uma equipe profissional pela primeira vez, o Defensa y Justicia.

Uma campanha discreta na primeira divisão argentina fez com que renunciasse ao cargo cinco meses depois. No entanto, ficou pouco tempo desempregado, uma vez que foi contratado pelo gigante Independiente para a temporada de 2017. No time de Avellaneda, logo em seu primeiro ano, atingiu o ápice da carreira ao vencer a Copa Sul-Americana - passou pelo Flamengo na final. Assim, ganhou fama no continente e, depois de deixar a equipe, em julho de 2019, assinou com a Universidad Católica, do Chile. No clube de Santiago, garantiu sua mais recente conquista - Campeonato Chileno de 2020. Acabou, todavia, optando por rescindir o vínculo.

Escolhido pela revista FouFourTwo como o 45º melhor treinador do mundo em 2018, Holan está com 60 anos. Seu vínculo com o Santos é até dezembro de 2023.