Vaiado, criticado e questionado por grande parte dos mais de 68 mil torcedores que estiveram presentes na derrota da Seleção Brasileira para a Argentina, Fernando Diniz lavou a alma no comando do Fluminense. Na vitória sobre o São Paulo, o comandante foi o grande protagonista da equipe.

Antes da bola rolar no gramado do Maracanã, o treinador foi agraciado com o carinho dos torcedores assim que seu nome foi anunciado no telão do estádio. O grito com o sobrenome do técnico se fez ouvir de forma alta e clara, como se estivessem dado um alento a um ser humano que havia sido tão massacrado na noite anterior.

Mas o protagonismo de Fernando Diniz vai além do apoio, do carinho e, por que não, do amor dos tricolores. O comandante também foi peça central por tirar muito mais de uma equipe que sofria com vários desfalques do que se esperava. O treinador não contava com seis atletas que vem sendo centrais na temporada, como são os casos de Nino, Felipe Melo, André, Arias, Keno e John Kennedy.

E isso sem entrar no mérito de que o Time de Guerreiros perdeu o zagueiro Marlon de última hora, o que fez com que o técnico do Fluminense tivesse que "se virar nos 30" para encontrar uma formação ideal. E encontrou com David Braz e Thiago Santos formando uma sólida dupla de zaga diante do São Paulo.

A leitura de jogo e sua obsessão por fazer o Fluminense jogar fez com que Diniz abrisse mão de um zagueiro para a entrada de um atacante no intervalo. E com o dedo do treinador, Lelê fez o cruzamento responsável pelo gol de Germán Cano, que deu os três pontos para o Tricolor das Laranjeiras.

No meio da partida, o comandante também atuou como uma espécie de maestro do público durante a saída de Thiago Santos. Criticado por parte dos torcedores, o volante teve seu nome cantado pelos 46 mil presentes a pedido do treinador. Se as coisas não vão bem na Seleção, o mesmo não pode ser dito no clube.

Na coletiva, Fernando Diniz demonstrou muito conhecimento de seu lugar no Fluminense e da boa relação que vive com seu torcedor desde sua primeira passagem, em 2019. E é isso o que importa para o torcedor, que está muito mais preocupado com seu clube do que com a Seleção Brasileira.

- Eu tive uma vida inteira sofrendo como jogador para saber lidar com essas coisas. Eu acolho bem as duas coisas porque entendo o torcedor. Obviamente são situações diferentes. Minha relação com o Fluminense sempre foi boa e vive um momento de apogeu, de glória, pela conquista da Libertadores, um título inédito para o clube. Só aumenta a conexão que eu tenho com a torcida tricolor.

Sem novas Datas Fifas até março de 2024, Diniz encontrará paz e sossego para dar continuidade ao seu trabalho no Time de Guerreiros, onde possui um respaldo imenso dos jogadores ao presidente. E com foco único em seguir evoluindo, recuperar seus jogadores e buscar o inédito título do Mundial de Clubes.

Com o entendimento de que o treinador precisava ter tempo para desenvolver seu trabalho bem feito no Fluminense, o torcedor criou uma relação com Fernando Diniz que transcende a lógica em alguns momentos. Mas nos últimos meses não há do que reclamar, mas seguir apoiando, sendo regido e confiando no melhor modelo presente no país.