Janot nega vazamento de pedidos de prisão e diz não eleger transgressores

Em uma de suas reações mais fortes, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu nesta sexta-feira (10) as críticas por ter pedido a prisão de integrantes da cúpula do PMDB.
Ele negou que tenha partido do Ministério Público o vazamento do pedido com objetivo de pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a definir o caso, disse que ninguém está acima da lei e afirmou que não tem pretensão política.
Janot afirmou que "nunca terei transgressores preferidos" e que ser MP "não é ser justiceiro".
"Da esquerda à direita, do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da lei, no que depender do Ministério Público. Assim exige a Constituição; Assim exige a República", disse.
Sem citar nomes, o procurador-geral classificou de "insinuações maledicentes" a tese de que o MP divulgou o pedido de prisão.
"Figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a ideia estapafúrdia de que o procurador-geral da República teria vazado informações sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo Tribunal Federal e obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se isso fosse verdadeiramente possível. Ainda há juízes em Berlim, é preciso avisar a essas pessoas", disse.
"Afirmo, senhores, peremptoriamente. O vazamento não foi da PGR. Aliás, envidarei todos os esforços que estiverem ao meu alcance para descobrir e punir quem cometeu esse crime. Como hipótese investigativa inicial, vale a pergunta: A quem esse vazamento beneficiou? Ao Ministério Público não foi", completou.
Nesta semana, o ministro do STF Gilmar Mendes demonstrou preocupação com os vazamentos e disse que a medida representaria "uma brincadeira"com o Supremo. Ele chegou a cobrar o subprocurador-geral da República Odim Brandão Ferreira pelo vazamento, numa fala exaltada.
PEDIDOS
Janot, requereu ao STF a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) por tentativa de obstruir a Lava Jato e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por movimentações para atrapalhar o andamento de seu processo de cassação na Câmara.
O procurador-geral disse ainda que lançará mão de todos os instrumentos, mas sem se desviar um milímetro dos parâmetros legais, para investigar, processar e buscar a punição de corruptos e autores de outros delitos.
Ele também negou que interesses pessoais ou preferências influenciem seu trabalho e disse que não tem pretensões políticas.
"Sobre às especulações veiculadas na imprensa, reafirmo, aqui, que não serei candidato a qualquer cargo eletivo seja no Executivo, seja no Legislativo", completou.
Ele disse que jamais imaginou que o Ministério Público passaria "incólume a críticas, nem que me fosse dado pairar sobranceiro aos interesses de fortes estruturas que parasitam o Estado e se beneficiam há décadas da usurpação do patrimônio de todos."
O procurador-geral afirmou ainda que nunca buscou unanimidade na vida pública e que jamais esperou honrarias ou favores. "Acredito firmemente em que a linha distintiva entre a autoridade pública e o transgressor se encontra apenas no limite da lei: o primeiro cumpre-a com fidelidade, o segundo a viola sistematicamente."
Janot classificou de "leviandade e aleivosias, mentiras e calúnias" os ataques ao trabalho da PGR.
"Busca-se com tais diversionismos mudar o foco da opinião pública, confundir a sociedade e garantir a tranquilidade daqueles que, sem cerimônia, avançam vorazes sobre o patrimônio que deveria servir ao progresso do país e ao bem-estar do povo."
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