Equipe tenta resgate no Polo Sul sob temperaturas que chegam a - 80°C
Teve início a mais perigosa missão de resgate já realizada pelos Estados Unidos na Antártida, em um período do ano quando o frio e a escuridão estão no auge no continente branco. Dois bimotores do tipo Twin Otter deixaram no último dia 14 o Canadá em direção ao Polo Sul com o objetivo de recuperar um dos membros da equipe da base de pesquisa norte-americana Amundsen-Scott que, após uma emergência médica, requer hospitalização. A informação foi divulgada pela Fundação Nacional da Ciência (NSF, na sigla em inglês), que administra a base. Por questões de privacidade, a condição de saúde do pesquisador não foi revelada.
A chegada das aeronaves depende muito das condições do tempo e, na melhor das hipóteses, deve acontecer não antes do dia 19.
Nenhuma operação, no entanto, foi realizada neste período do ano, quando o frio e a escuridão estão em seu ápice, com temperaturas que chegam a - 80ºC.
Essa é a terceira vez que uma missão de resgate é realizada pela organização na Antártida durante o inverno no hemisfério sul desde que ela iniciou suas atividades, há cerca de 60 anos.
A decisão de resgatar alguém de uma base no Polo Sul fora de temporada nunca é tomada de forma calma. Isso porque uma missão é perigosa e complicada e pode colocar em risco até mesmo a vida do piloto. Uma evacuação nesta época é tão perigosa que em 1999, quando uma médica descobriu um nódulo cancerígeno em seus seios, realizou o próprio tratamento de quimioterapia no local até que pudesse voltar aos Estados Unidos, quase seis meses mais tarde.
A estação no Polo Sul não tem asfalto, dificultando o pouso, que será realizado no escuro e possivelmente sob neve.
Atualmente, 48 pessoas estão baseadas em Amundsen-Scott realizando as mais diversas atividades. (ANSA)