Atualizada às 22h00

A polícia encontrou na noite desta quarta-feira (22), na zona rural de Rio Largo, próximo à Usina Santa Clotilde, um corpo que pode ser do jovem Abinael Ramos Saldanha, desaparecido desde o último dia 15. A localização ocorreu após o depoimento da última pessoa a entrar em contato com Abinael no dia do desaparecimento, um homem que ocuparia o mesmo cargo que o jovem no escritório da empresa localizado em Aracaju, Sergipe. Segundo a investigação, o terceiro preso é o principal suspeito de ser o autor material do crime. O veículo do jovem, um Peugeot 206 de cor preta e placa NMD -1618, também foi encontrado no local.

O corpo foi achado em avançado estado de putrefação. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) foram acionados e realizaram os procedimentos cabíveis de análises no local, mas segundo a assessoria da Perícia Oficial de Alagoas, o reconhecimento só deve ser realizado por familiares e por exames de necropsia nesta quinta-feira (23). 

O secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, através da assessoria do órgão, confirmou que o corpo apresenta características de Abinael e foi localizado com o carro conduzido por ele no dia do desaparecimento. O veículo foi encontrado carbonizado.

"Assim que for dado o laudo, e sendo atestado o que até agora é uma possibilidade, a imprensa será acionada para coletiva com o delegado Ronilson Medeiros, responsável pelas investigaçoes", informou a assessoria da Secretaria de Defesa Social.

Durante a tarde de hoje, a última pessoa a entrar em contato com Abinael, Regivaldo Clementino, prestou um novo depoimento na sede da Deic. Segundo informações obtidas pela reportagem do portal 7Segundos Maceió,  Regivaldo, teria ficado detido após o depoimento. No entanto, uma pessoa que se identificou como amigo da família entrou em contato com a redação informando que Regivaldo apenas prestou esclarecimentos no intuito de ajudar a elucidar o desaparecimento e não foi apontado em nenhum momento dentro da investigação como participante no crime. O portal corrigiu o erro dos nomes em uma segunda matéria: 'Erramos: nome de Regivaldo Clementino foi repassado ao Portal de forma equivocada'

Segundo as investigações, o terceiro detido, ainda na terça-feira (21), que também trabalhava com Abinael, Ericksen Dowell, e estaria sendo treinado pela vítima para ocupar o cargo de supervisor do escritório em Maceió, teria tramado a morte do colega e encomendado a execusão a dois suspeitos. A Deic ainda tenta localizar as duas pessoas que seriam os autores materias do crime.

Ericksen além de colega de trabalho, manteria uma relação próxima com a vítima. Em fotos publicadas na rede social do suspeito, o jovem desaparecido e ele aparecem juntos em momentos de lazer e jantando em uma pizzaria. A intenção da trama era Ericksen assumisse o escritório de Maceió.

Outros dois presos

Paulo Cerqueira ressaltou que o repasse do celular de Abinael acabou fortalecendo a hipótese de homicídio. Segundo a polícia, o celular foi vendido no dia do desaparecimento do jovem e logo após o caso ganhar repercussão a pessoa que realizou a venda foi até o comprador reaver o aparelho. De imediato os investigadores relacionaram o caso a alguém próximo ao jovem e a partir de então o mistério passou a ganhar seus primeiros encaminhamentos para um desfecho.

A Polícia Civil chegou até a localização do celular através de um programa de rastreamento. O aparelho estava na posse de Jalves Ferreira Rocha da Silva, que foi localizado e preso em uma praça, no bairro do Clima Bom, ainda na noite da última segunda-feira (20). A prisão foi mantida em sigilo e divulgada apenas na noite dessa terça-feira. A segunda pessoa detida foi identificada Alfredo Fragoso Sobrinho, 41. Ambos tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias pela 17ª Vara Criminal.

Alfredo já havia sido detido, em 2014, em uma operação realizada pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual (Gecoc). O suspeito integraria uma quadrilha de roubo de veículos em vários estados.