Indicador de consumo das famílias maceioenses aumentou 2,5%, revela Fecomércio
Segundo pesquisa, otimismo está nos consumidores que recebem mais de dez salários mínimos
O indicador de consumo das famílias de Maceió, referente a junho, apresentou melhora após quatro meses de declínio. É o que aponta a Pesquisa de Consumo das Famílias (ICF), realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Comparando os meses de junho e maio deste ano, a intenção de consumo em Maceió aumentou 2,5%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, ocorreu uma queda de 23,89% do consumo das famílias da capital.
Em comparação com a intenção de consumo do Brasil (68,7), Maceió está num patamar acima da média com 86 pontos, ou seja, ainda abaixo dos 100 pontos, o que significa pessimismo sobre o consumo. A inflação, o desemprego, a restrição de crédito, ainda comprometem a retomada do consumo.
O indicador geral de consumo das famílias de Maceió varia entre 0 a 200 pontos, no qual 100 pontos define a melhora da percepção dos consumidores sobre seus empregos, renda, crédito e o momento de aquisição de bens duráveis, essencial para retomada da indústria. Quando abaixo de 100 pontos, demonstra que os consumidores estão avessos ao consumo, pois estão inseguros em relação à manutenção dos empregos. Acima dos 100 pontos demonstra uma retomada do consumo.
O otimismo está nos consumidores que recebem mais de dez salários mínimos. Já para famílias que recebem até dez salários mínimos, o impacto da crise é mais proeminente, já que em sua grande maioria são de funcionários das empresas privadas e teme a perda de empregos, o que reduz a intenção de consumo.
Para o assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, a economia alagoana pode esperar uma melhora nos indicadores de consumo. “É muito comum os cinco primeiros meses em Alagoas ser marcado pelo contínuo desligamento de postos de trabalho, pois estamos no período de entressafra, de junho até dezembro devemos recuperar empregos e aumentar os níveis de consumo em nossa economia”, explicou.
Nos últimos anos, entre 2012 a 2016, quando comparamos os mesmos meses de janeiro a maio, o desempenho de contratação de mão de obra sempre foi negativo, fruto da sazonalidade da atividade econômica ligada ao setor sucroalcooleiro. Em 2016, os dados de geração de empregos por segmento produtivo aponta que a indústria de transformação é a responsável pela grande maioria dos desligamentos. Outras atividades econômicas vêm perdendo força e desligando trabalhadores, como o Comércio, Construção Civil e as atividades de Serviços. Os dois últimos segmentos geraram saldos positivos apenas em janeiro. No caso do Comércio, o segmento amarga geração negativa em todos os meses do ano.
Mesmo ocorrendo essa redução de empregos mês a mês, houve um aumento das pessoas que se sentem mais seguras nos postos de trabalho de 0,6 p.p. No entanto, do total de entrevistados, houve um aumento de 3,3 p.p. dos que informaram estarem desempregados. “O aumento de consumo em Maceió não se deve a camada dos que estão nas classes “C”, “D” e “E”, mas, sim, daqueles que estão nas classes “A” e “B”, fruto da leve recuperação econômica”, analisou Felippe.
A pesquisa foi realizada nos dez últimos dias de maio com objetivo estimar a demanda por produtos e serviços na capital alagoana. Para garantir a fidelidade dos dados, foi estimada uma amostra de 500 consumidores. A dinâmica do consumo serve de termômetro para uma retomada de crescimento e para que os empresários estimem suas demandas.
A pesquisa completa está disponível no endereço www.fecomercio-al.com.br