'As 40 pessoas que quebram carro?', diz Temer sobre atos contra impeachment
O presidente Michel Temer chamou de "inexpressivos" e "grupos mínimos" os movimentos que protestam contra o processo do impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff.
"São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? (...) Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso. Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo. O que preocupa, isto sim, é que confunde o direito à manifestação com o direito à depredação", disse o presidente neste sábado (3), em Hangzhou, na China, durante uma conversa com jornalistas. Ele está no país para participar da cúpula do G20.
"Não foi uma manifestação democrática."
No mesmo dia, o ministro José Serra (Relações Exteriores) classificou os atos de "mini mini mini mini mini mini" e disse serem atos de pequenos grupos organizados.
Segundo o presidente, "o tal do Fora Temer tudo bem, é um movimento democrático", e as manifestações são algo "natural" após um processo como um impeachment. "Não me assusto com isso, até me surpreenderia se houvesse unanimidade."
Questionado sobre se as manifestações não comprometiam o início de seu governo, Temer rebateu rapidamente: "As 40 pessoas que quebram carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment".
"Pacificar [o país] no primeiro dia é absolutamente impossível", defendeu Temer.
O termo "golpista", disse o presidente, foi um "rótulo, digamos assim, muito bem sucedido, mas contrário ao texto constitucional". "A pergunta mais do que razoável é quais são os golpistas? Os representantes do povo que numericamente, expressivamente, decretaram o impedimento e sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal? Serão todos golpistas no sentido jurídico? A palavra é uma palavra de natureza política."
Temer afirmou ser "mais do que natural que nesse momento não haja apoio" ao seu governo e pediu para que a pergunta sobre suas taxas de aprovação fosse refeita em dois anos. "Daqui a dois anos, se você me fizer essa pergunta e estiver na mesma situação, daí eu reconheço dificuldades."
Temer falou com os jornalistas brasileiros no saguão do hotel onde está hospedada a delegação brasileira em Hangzhou. Desceu por volta da hora do almoço para uma conversa informal –e não programada.
REFORMAS
O presidente disse que "não está pensando" em reforma ministerial no momento. "Para ser franco, nem tive tempo de pensar. Saímos de lá logo depois da posse e da reunião ministerial que eu fiz. Não tivemos tempo para isso e nem penso no momento."
Ao ser questionado sobre a eventual escolha de um sucessor, Temer disse que seu "único desejo" é, em dois anos e quatro meses, "entregar um país reunificado, pacificado e nos trilhos".
"Como nós temos uma base parlamentar muito ampla, eu preciso tomar muito cuidado político. Por exemplo, nas eleições municipais, eu não vou participar de nada."
Sobre a reforma política, disse que seu governo vai incentivá-la, mas que a tarefa cabe ao Congresso. "Eu acho que é inviável você governar com 35 partidos."
Como prioridades para o início de seu governo, em definitivo, Temer citou a aprovação da PEC dos gastos públicos –que quer aprovar ainda este ano– e as reformas da previdência e a trabalhista.
Questionado sobre a falta de mulheres entre os parlamentares que o acompanham na viagem à China, Temer citou mulheres que ocupam postos considerados por ele de relevância em seu governo, como sua chefia de gabinete, a Presidência do BNDES e cargos no Ministério da Justiça.
"Você pega, no Ministério da Justiça, os três setores: diretos humanos, das mulheres e... Enfim, todos os três setores da Justiça são ocupados por mulheres."
Além das duas lembradas por Temer, outras duas secretarias são ocupadas por mulheres: a da promoção da igualdade racial e a de promoção dos direitos da pessoa com deficiência, segundo o site da Justiça.
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