Projeto da OAB Alagoas promoverá reflexões sobre racismo, discriminação e intolerância
Na programação estão palestras, audiência pública e uma visita à Serra da Barriga, em União dos Palmares
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL), por meio da Comissão da Promoção e Igualdade Social, tendo em vista o mês em que se faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, e ainda se vivencia o Dia da Consciência Negra, deu vida a um projeto que visa evidenciar reflexões importantes sobre racismo e discriminação racial, além de tratar sobre crimes homofóbicos e intolerância religiosa. Na programação estão palestras, audiência pública e uma visita à Serra da Barriga, em União dos Palmares.
“Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva quando o assunto é discriminação e racismo. Tivemos avanços, mas a população afrodescendente brasileira ainda sofre diante das desigualdades. Por isso, fica evidenciado que precisamos discutir constantemente políticas específicas que revertam o atual quadro. Nosso projeto visa exatamente isso. Promover uma educação ética para o respeito e convívio harmônico com a diversidade, permitindo que estudantes e o movimento negro desenvolvam sua capacidade dialógica tomando consciência de nossas raízes históricas que construíram a cultura e a nação brasileira”, ressaltou o presidente da Comissão da Promoção e Igualdade Social, Alberto Jorge.
A primeira atividade dentro do projeto acontece no próximo dia 11, no auditório do prédio sede da OAB Alagoas, localizado no bairro de Jacarecica. Estudantes do ensino médio irão acompanhar palestras que terão como objetivo principal ampliar as discussões históricas ocorridas em sala de aula sobre escravidão e racismo.
“Nas últimas décadas, a historiografia vem apresentando uma série de novos trabalhos que renovam a percepção da escravidão negra e nossa sociedade. Uma abordagem sobre a escravidão que considera simplesmente a violência física e a opressão sobre os escravos sem observá-los enquanto sujeitos que procuraram vencer o cativeiro, já não é mais recomendada para o ensino na escola. O conhecimento histórico não é imutável e deve ser revisto à medida que o campo científico avança”, explicou ainda o presidente.
A coordenação do ensino médio do Colégio Rosalvo Ribeiro, que participará do projeto, avaliou positivamente a realização da palestra voltada aos estudantes. “Faremos uma aula de campo levando oito turmas para participar das palestras. Reunimos os professores das disciplinas de redação, literatura e história para que acompanhassem as discussões e ao final, com o regresso dos alunos ao colégio, aplicassem uma dissertação a respeito do tema”.
Além de promover o crescimento do aluno como ser crítico e de lhe fornecer conhecimentos que permitam a superação do racismo e preconceito, o presidente da Comissão Alberto Jorge, lembra que o projeto também contará com a realização de uma audiência pública, marcada para o próximo dia 17. “Iremos discutir as leis que beneficiam não apenas a comunidade negra, mas também daremos amplitude a outros grupos como Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). Abordaremos os problemas enfrentados historicamente, os avanços que foram conquistados, mas principalmente o que podemos mudar e qual seria nossa contribuição correta para viabilizar a maior consciência das pessoas. No final, confeccionaremos um documento que será entregue as autoridades competentes locais e a nível nacional, com todas as deliberações e proposituras”.
Para o dia 20 de novembro, marco referencial da morte de Zumbi e da Consciência Negra, a Comissão da Promoção e Igualdade Social participará das atividades culturais no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que fica localizado no platô da Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, em Alagoas. Milhares de pessoas participam das festividades de resistência e luta contra o preconceito, ressaltado por Alberto Jorge, como momento ideal para mais uma ação social. “Nosso planejamento é seguir com o cortejo de subida à Serra, evidenciando a luta contra o descaso com a cultura afro-brasileira. Em seguida, montaremos a ‘Tenda da Liberdade’ promovendo o respeito às diferenças e valorizando o ser humano e a identidade cultural de todos os povos”.
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