Aliado de Temer na Caixa integrou esquema, afirma Polícia Federal

O relatório da operação Cui Bono? ("a quem beneficia?", em latim), da Polícia Federal, cita o atual vice-presidente de governo da Caixa Econômica Federal, Roberto Derziê de Sant´Anna, como participante do esquema de concessão de financiamentos do banco que funcionava mediante pagamento de propinas.
A operação foi deflagrada na última sexta (13), com o ex-ministro Geddel Vieira Lima como alvo. Derziê é aliado do presidente Michel Temer, segundo a PF.
O executivo aparece na parte do relatório que detalha a operação para a liberação de um crédito de R$ 50 milhões para a empresa Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários, vinculada ao grupo Comporte Participações. O Comporte pertence à família Constantino, controladora da Gol Linhas Aéreas.
No dia 3 de agosto de 2012, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) enviou uma mensagem de texto via celular (SMS) para Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), então vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa: "Oeste sul o desirre não atende o Henrique e não resolve".
Segundo a PF, Cunha diz que "desirre" (Roberto Derziê) não havia atendido o telefonema do empresário Henrique Constantino, dono da Oeste Sul. Derziê na ocasião era diretor-executivo de pessoa jurídica da Caixa.
A mensagem de Cunha foi enviada às 16h15. Geddel retornou 1h32 depois dizendo que Derziê estava em São Paulo, mas ligaria para o empresário. Pergunta se o problema "é aquela questão das garantias".
Cunha responde que sim, e recomenda "resolver como você [Geddel] falou".
Geddel então diz que "ele [Derziê] vai ligar para o Henrique agora. Já estou vendo Marfrig [empresa envolvida em outro processo semelhante de financiamento em que o grupo atuava]".
No final da tarde, às 18h17, Geddel envia nova mensagem para o telefone de Cunha. "Derziê já falou com HC (Henrique Constantino). Estamos falando 50 mm (R$ 50 milhões) da Comporte, né? Já avançou."
No dia 6 de setembro, Geddel informa Cunha por mensagem que o financiamento de R$ 50 milhões foi assinado e R$ 25 milhões já tinham sido liberados para a empresa. A informação sobre a liberação era a dica para que o grupo cobrasse as vantagens indevidas, segundo a PF.
Os policiais lembram que Derziê foi demitido da Caixa no ano passado como represália da então presidente Dilma Rousseff a Temer, no processo que levou ao rompimento de ambos, em meio ao impeachment.
Em dezembro, já com Temer na Presidência da República, Derziê voltou para a Caixa no cargo de vice-presidente de governo.
Derziê, em 2015, se afastou de suas funções no banco para trabalhar como secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, no período em que Temer assumiu a pasta para cuidar da articulação política de Dilma. Ele trabalhava diretamente com o peemedebista.
OUTRO LADO
A assessoria da Presidência da República diz que Temer não tem proximidade com Derziê e não foi o responsável pela sua indicação a cargos na Caixa.
A assessoria da Caixa Econômica Federal declarou, em nota, que está em contato com as autoridades prestando irrestrita colaboração com as investigações.
A Oeste Sul informou, em nota, que não recebeu notificação oficial sobre o assunto, mas está à disposição para qualquer esclarecimento.
O Grupo Comporte diz que está colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos.
Últimas notícias

Câmeras de monitoramento mostram momento em que policiais salvam bebê, em Arapiraca

Cibele Moura repudia ato de intolerância religiosa no Ifal de Palmeira dos Índios

Carlinhos Maia surpreende ao receber Lucas Guimarães em casa: “Já que está usando a casa, usa o ex também”

Ministério Público de AL aciona Estado por irregularidades no Conseg

Hospital de Emergência do Agreste promove Cine Lilás e estimula reflexões sobre situações de violência

Maceió realiza Dia D de Multivacinação no próximo sábado (18); veja locais
Vídeos e noticias mais lidas

Guilherme Lopes dispara contra Beltrão: 'Penedo não deve nada a você'

Empresário arapiraquense líder de esquema bilionário perseguia juízes e autoridades, diz ex-mulher

Quem era 'Papudo': líder de facção de altíssima periculosidade morto confronto em Arapiraca

Policiais militares são presos por extorsão na parte alta de Maceió
