Devido às cenas de violência registradas no último domingo (5), durante a realização do jogo entre CSA e CRB, pela Copa Nordeste, o Ministério Público do Estado de Alagoas, por meio da Promotoria de Justiça do Torcedor, voltou a defender que os campeonatos de futebol aconteçam com a presença de apenas uma das torcidas. O assunto foi debatido no final da manhã desta terça-feira (7).

O tema que costuma causar tanta polêmica foi discutido hoje durante um encontro com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL), da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) e da Federação Alagoana de Futebol (FAF), que ocorreu a pedido da Promotoria de Justiça do Torcedor. “Pleiteamos essa medida como forma de garantir a segurança de todos, fora e dentro de campo. Recebemos várias denúncias e assistimos vídeos contendo ações violentas de agressores travestidos de torcedores. Não podemos permitir que esse tipo de coisa volte a acontecer. Isso precisa acabar”, declarou a promotora de Justiça Sandra Malta.

Após quase duas horas de reunião, ficou definido que a torcida única já vai valer para o Campeonato Alagoano de Futebol. O critério de escolha será o mando de campo no dia da disputa. Quanto a Copa do Nordeste, novos encontros ocorrerão para que o assunto possa ser aprofundado. "Com a presença de apenas uma torcida em campo, sobram mais policiais militares para fazer rondas no entorno das localidades onde acontecem os jogos", acrescentou ela.

“Os atos de rivalidade que envergonham Alagoas e o futebol não são protagonizados pelos torcedores, mas por bandidos disfarçados que usam o título de torcedor para prejudicar a sociedade, e isso nós não vamos permitir”, garantiu o secretário Lima Júnior.

Rua fechada

Ainda durante a reunião, a promotora de Justiça revelou que recebeu denúncias de que confrontos rotineiros aos domingos estão acontecendo entre membros de torcidas azulinas e regatianas,  quando um trecho da Avenida Sílvio Vianna, no bairro da Pajuçara, é fechada para o lazer da população.

Sandra Malta pediu para que a Polícia Militar reforce a ronda no local e aplique as normas previstas na legislação, caso flagre situações de violência. "É preciso agir de forma firme no combate à criminalidade, não bastando apenas afastar os torcedores ou apaziguar os ânimos", afirmou.

E, ainda durante o encontro, Sandra Malta informou que o Ministério Público, por meio das Promotorias do Torcedor e de Defesa do Consumidor, está reunindo a documentação necessária para requerer, mais uma vez, a extinção das torcidas Mancha Azul e Comando Vermelho. O processo, atualmente, encontra-se no gabinete do desembargador Tutmés Airan.