Justiça decide mandar mulher de Cabral de volta à prisão
A procuradora da República argumentou que, além de sentirem falta da mãe, os filhos estão frustrados pela mudança no estilo de vida
A Justiça Federal no Rio de Janeiro decidiu, nesta quarta-feira (26), que a advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e investigada por corrupção e lavagem de dinheiro, deverá retornar à prisão. Ela havia obtido no STJ (Superior Tribunal de Justiça) o direito de cumprir prisão domiciliar com o argumento de que seus dois filhos menores sofriam com a ausência da mãe.
Por 2 votos a 1, o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) derrubou a liminar que autorizava a prisão domiciliar. Adriana deverá voltar a ocupar uma das celas da cadeia feminina de Bangu, na zona oeste carioca. Cabral está no mesmo complexo penitenciário.
Durante o julgamento de hoje, a procuradora da República Silvana Batini disse que, por mais que os filhos do casal Cabral estejam vendo o "mundo desmoronar", a situação de Adriana está "além do que se pode fazer institucionalmente".
Um dos principais argumentos utilizados pelo MPF (Ministério Público Federal) foi que, em prisão domiciliar, Adriana poderá agir no sentido de ocultar o dinheiro que teria sido obtido pelo marido de forma ilícita. "Adriana atuava nesse nicho de lavagem de dinheiro", disse Batini.
Um laudo psicológico apontou que as crianças afirmaram categoricamente "sentir falta dos deliciosos finais de semana em Mangaratiba", em referência à mansão da família em um condomínio de luxo na cidade da Costa Verde fluminense. "A lei não foi feita para cumprir essa carência", opinou ela.