Jovem sem habilitação causou acidente que matou família em acidente, diz laudo
Pai, mãe e filho foram encontrados mortos dois dias depois do acidente. Apenas uma crianças de seis anos sobreviveu
A Polícia Civil de Araguari descreveu detalhes de como aconteceu um acidente, na BR-050, no Triângulo Mineiro, que resultou na morte de uma família que voltada de um passeio em Caldas Novas.
Após a conclusão do laudo, foi esclarecido que um segundo carro, conduzido por uma jovem sem habilitação, causou a colisão. Ela será indiciada por três homicídios qualificados.
Pai, mãe e filho de Campinas (SP) foram encontrados mortos dois dias depois do acidente. Um dos filhos, Benjamin Monare, 6 anos, sobreviveu. Ele foi visto deitado na rodovia por um motorista que transitava pelo local e prestou socorro.
Segundo o delegado Rodrigo Luis Fiorine, a dinâmica do acidente foi esclarecida. O perito concluiu que um carro Gol que transportava três jovens, que seguia de Araguari para Uberlândia, foi o responsável pelo acidente. A motorista é uma menina de 21 anos que não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
No depoimento, as envolvidas contam que estavam em uma festa em Uberlândia e passaram a noite consumindo bebida alcóolica. Relatos no inquérito também apontam que no local também havia drogas.
O investigador conta ainda que, pela análise das imagens feitas na manhã de 7 de outubro, é possível verificar que instantes antes da colisão ambos veículos estavam na pista da direita. Mas o carro das jovens começou a ter uma condução irregular e invadir a outra pista.
“O motorista do carro da família deve ter tentado desvencilhar desse veículo que dirigia de forma irregular e foi para a pista da esquerda para ultrapassar. Mas, perto do km 45, a jovem invadiu a pista novamente, bateu no veículo da família e causou o acidente”, esclareceu.
O carro da família caiu em uma vala e só foi encontrado no dia 9 de outubro. Após isso, o G1 publicou reportagem em que uma testemunha relata que viu o acidente, acionou a MGO, concessionária responsável pela rodovia. A empresa relatou que prestou assistência, mas só encontrou um veículo. O caso será averiguado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Homicídio qualificado
O inquérito sobre a morte da família de Campinas será concluído nesta quinta-feira (8). Segundo o delegado Rodrigo Luis Fiorine, a jovem de 21 anos que dirigia o carro será indiciada por três homicídios qualificados e uma tentativa.
“Como ela não tem habilitação e na noite anterior ela participou de uma festa, usou bebida alcoólica e não descansou, esses aspectos denotam a caracterização da culpa, passando o crime do código de trânsito para o código penal. Não se preocupou com a segurança das pessoas das vias por onde passou”.
Mais crimes
Segundo consta no laudo, o médico legista aponta que Samuel da Silva Miguel Monare, de oito anos, morreu na hora do acidente. Já os pais sobreviveram por mais tempo. Alessandro Monare, de 37 anos, pode ter morrido na tarde do acidente e a mãe, Belkis da Silva Miguel Monare, 35, um dia depois da colisão.
O delegado explicou que vários funcionários da MGO, concessionária que administra o trecho da BR-050, foram ouvidos e não ficou caracterizado dolo na omissão de socorro.
“Contudo, será encaminhada uma cópia integral ao Ministério Público Federal que ficará a cargo das medidas que jugar cabíveis em relação a possível crime administrativo em relação a segurança da via”, explicou.
Também foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra dois profissionais que socorreram uma das vítimas que estavam no carro que causou o acidente.
Segundo consta no Boletim de Ocorrência, a jovem que foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento em Araguari estava portando uma substância semelhante à cocaína. O delegado apurou que os profissionais jogaram o material fora e não comunicaram para a polícia. Eles podme receber uma pena de três a um ano de prisão.
Ainda, o namorado da jovem de 21 anos também assinou um TCO por ter entregado o carro para ela, sabendo que havia consumido bebida alcoólica e não tem carteira.