Técnicos da Defesa Civil de Maceió estiveram reunidos, na noite dessa terça-feira (12), com integrantes do Núcleo Comunitário de Defesa Civil (Nudec) do bairro Pinheiro. A pauta do encontro foi o Plano de Contingência, incluindo o simulado que acontece no próximo sábado (16), a partir das 15 horas, reunindo cerca de 600 profissionais dos órgãos públicos envolvidos na elaboração do documento.

A reunião teve início com esclarecimentos sobre os novos estudos que estão em andamento pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para identificar as causas do surgimento das fissuras – a gravimetria e o audiomagnetotelúrico. Segundo explicou Arthur Costa, da Defesa Civil de Maceió, “estes levantamentos têm uma capacidade de alcance de até 1800 metros de profundidade para captar informações do subsolo com alta precisão”.

“Para o audiomagnetotelúrico, os técnicos estão instalando um equipamento, que fica captando informações por, em média, uma hora. Esses dados são coletados e encaminhados à Alemanha para apuração, uma interpretação que requer cerca de 60 dias. Com estes dois métodos, os pesquisadores da CPRM poderão identificar se há cavernas e, inclusive, identificar estruturas geológicas e falhas. A previsão é que um relatório preliminar seja emitido no final de maio”, esclareceu Arthur Costa.

O técnico da Defesa Civil também explicou que, em relação ao audiomagnetotelúrico, o estudo está sendo realizando em cinco ou seis pontos diariamente. Nos locais onde há áreas de maior adensamento elétrico, se houver necessidade, o fornecimento de energia elétrica será suspenso por até três horas para evitar interferências no levantamento. No entanto, segundo reiterou Arthur Costa, a suspensão será comunicada previamente.

Em seguida, após os questionamentos, a Defesa Civil reforçou que intervenções – obras ou qualquer serviço que interfira na infraestrutura – não devem ser realizadas, conforme orientação da CPRM para não comprometer a coleta de dados ou causar danos à região, visto que as causas do fenômeno que tem causado as rachaduras ainda não estão esclarecidas.

Outro ponto abordado foi o Levantamento Populacional iniciado por profissionais da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para identificar as famílias em condições de vulnerabilidade nas áreas amarela, laranja e vermelha do mapa de feições do bairro. Arthur Costa esclareceu que o levantamento está sendo realizado inicialmente pelas áreas amarela e laranja por concentrarem a maior parte dos moradores. Por último será na área vermelha, onde parte foi evacuada preventivamente.

Secretária-adjunta de Comunicação, Elen Oliveira reforçou a divulgação dos canais oficiais de informações à população e falou sobre a disponibilização do número funcional (82) 98882-1164 para os moradores que quiserem se cadastrar para receber notícias referentes ao Pinheiro por meio do Whatsapp. De acordo com a gestora, as informações estão sendo atualizadas diariamente e devem ser acompanhadas nos endereços www.maceio.al.gov.br/defesacivil e www.cprm.org.br.

Plano de Contingência

Sobre o Plano de Contingência, a apresentação foi feita por Arthur Rodas, que é coordenador-geral de Ações e Contingência da Defesa Civil. O técnico explicou inicialmente que o Plano está em fase de conclusão, com duas etapas ainda previstas: o simulado, que acontece no próximo sábado (16), e a audiência pública para validação do documento com a participação do poder público e sociedade civil.

“O Plano de Contingência é um documento complexo, que requer o envolvimento de vários órgãos da União, Estado e Município para prestar assistência à população. No caso do Pinheiro, o documento está sendo elaborado há meses, com diversas contribuições de técnicos dos órgãos envolvidos, e faremos no próximo sábado o simulado, que é uma das etapas do Plano. Temos ainda a audiência pública para que, com todas as responsabilidades dos órgãos reunidas no documento, o Plano possa ser validado”, disse Rodas.

O coordenador falou sobre as ações de contingência, parâmetros para a ativação do Plano, métodos de alerta à população e sobre o Plano de Evacuação.

“O Plano de Evacuação é um capítulo importante do Plano de Contingência. É necessário que a população participe do simulado para que, em uma eventual ocorrência, os moradores estejam treinados e saibam o que fazer. É importante esclarecer que o Plano de Contingência é algo legal, exigido por lei, e que não necessariamente vai ser ativado. É um método preventivo, para garantir a segurança da população em qualquer situação”, reforçou.

Arthur Rodas acrescentou que o simulado de evacuação, como parte integrante do Plano de Contingência, deve ser realizado para que órgãos públicos e a população saibam agir em eventuais desastres súbitos, desastres crônicos ou desastres por uma soma de efeitos parciais. “Sem o diagnóstico das causas, temos que estar preparados para essas situações”, completou o coordenador.