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Ex-presidente do Paraguai é alvo de mandado de prisão

Medida faz parte da operação Patrón, uma nova fase das investigações da Lava Jato do Rio de Janeiro contra doleiros

Por Terra 19/11/2019 11h11
Ex-presidente do Paraguai é alvo de mandado de prisão
Ex-presidente do Paraguai Horario Cartes - Foto: REUTERS

O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelas ações decorrentes da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, decretou a prisão do ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes no âmbito de investigação que envolve doleiros, informou a Justiça Federal do RJ nesta terça-feira.

O mandado contra Cartes, que foi presidente do Paraguai de 2013 a 2018, já se encontra na difusão vermelha da Interpol, acrescentou a Justiça.

A medida faz parte da operação Patrón, uma nova fase das investigações da Lava Jato do Rio de Janeiro contra doleiros utilizados no esquema de corrupção e propina do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso desde 2017 e já foi condenado a penas que somam mais de 200 anos de reclusão.

A Polícia Federal informou, em nota, que a operação tem a finalidade de reprimir os crimes de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa "cometidos pelo núcleo que continuou as práticas criminosas para apoiar a fuga de um doleiro investigado, ocultando o foragido e seus bens".

Em julho, a PF prendeu Dario Messer, conhecido como o "doleiro dos doleiros", que estava foragido desde 2018 e é considerado um protagonista na movimentação de recursos ilegais desviados pelo grupo de Cabral.

De acordo com as investigações, Cartes teria ligação com Messer, segundo reportagens.

"A investigação identificou cerca de 20 milhões de dólares ocultados, sendo mais de 17 milhões de dólares num banco nas Bahamas e o restante pulverizado no Paraguai entre doleiros, casas de câmbio, empresários, políticos e uma advogada", afirmou a PF.

No total, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, segundo comunicado da Polícia Federal.

Não foi possível localizar representantes de Cartes de imediato para comentar.