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Brasil cobra OMS sobre pandemia de coronavírus

A lista de alerta de novo coronavírus tem sido ampliada pelo Brasil desde a semana passada, seguindo recomendações da OMS

Por Agência Brasil 26/02/2020 16h04
Brasil cobra OMS sobre pandemia de coronavírus
Coronavírus - Foto: Reprodução

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), cobrou nesta quarta-feira, 26, que o avanço do novo coronavírus (Covid-2019) seja considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta medida seria um reconhecimento de que a doença infecta, simultaneamente, pessoas ao redor do mundo, ou seja, não está restrita a uma região, e permitiria ampliar a lista de alerta de países para a doença.

Hoje, a OMS considera a doença uma emergência global, colocando em alerta apenas países em que há transmissão interna "consistente" da doença, com mais de 5 infecções dentro do mesmo território. Ou seja, que não foram "importadas" de outras nações.

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde adicionou mais oito países na lista de alerta do novo coronavírus, incluindo os primeiros três da Europa: Itália, Alemanha, França. Além desses, entram no rol do governo federal Austrália, Filipinas, Malásia, Irã e Emirados Árabes.

Isso significa que serão considerados suspeitos da doença passageiros que estiveram nesses locais e que apresentem sintomas da doença, como febre e tosse. O novo enquadramento, antecipado pelo Estado, é resultado da confirmação da transmissão do vírus dentro desses países.

Antes da nova definição, pessoas com sintomas de gripe vindas da Itália, por exemplo, não recebiam atenção especial da vigilância sanitária brasileira, pois a suspeita do novo coronavírus era descartada na hora. Agora, haverá um protocolo específico pelo qual, caso o passageiro tenha febre associada a algum outro sintoma, será enquadrado automaticamente como caso suspeito.

O critério para o Brasil aumentar a lista foi o definido pela OMS, de países onde houve mais de 5 casos confirmados de transmissão interna. Mas o governo brasileiro defende a inclusão na lista de todas as nações onde tenham pessoas infectadas, mesmo que a transmissão interna não tenha começado.

Isso evitaria que autoridades sanitárias descartem como suspeito o caso de uma pessoa que apresente sintomas do coronavírus, mas que não esteve em países em alerta. O protocolo considera a possibilidade da doença apenas para quem esteve em locais deste rol.

Os Estados Unidos, por exemplo, onde há 53 casos confirmados até esta quarta-feira, 26, não estão na lista de alerta, pois não há transmissão interna. Pela proposta de Mandetta - que ainda precisaria de mudança de posição da OMS -, o sistema de vigilância em saúde do Brasil iria considerar a possibilidade de novo coronavírus em paciente que esteve nos EUA e apresenta febre e outro sintoma gripal.

"Muito em breve a OMS terá de considerar o novo coronavírus como pandemia. Aliás, já tem critérios para (considerar). Já deveriam ter inclusive dado nota sobre", disse Mandetta em coletiva de imprensa para anunciar a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil.

O ministro da Saúde reconhece que o Brasil pode ter ignorado diagnósticos desta doença apenas porque o paciente não esteve em países da lista. "Você não tem como saber se uma pessoa, mesmo assintomática, não é portadora", disse.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta quarta-feira, porém, que não se deve ter pressa de classificar o surto do novo coronavírus como uma pandemia, embora o número de casos da doença fora da China tenha aumentado significativamente nos últimos dias. "Não devemos ficar muito ansiosos em declarar uma pandemia sem uma análise cuidadosa e lúcida dos fatos", afirmou Tedros.

Segundo Tedros, a China relatou até agora 78.190 casos do coronavírus para a OMS, incluindo 2.718 mortes. Fora da China, há 2.790 casos em 37 países e 44 óbitos, acrescentou.

A lista de alerta de novo coronavírus tem sido ampliada pelo Brasil desde a semana passada, seguindo recomendações da OMS. Além dos países incluídos na segunda-feira, o Brasil a lista inclui outros 8 países: China, Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja.

Com a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, a Agência Brasil preparou um guia de medidas básicas para evitar o contágio e a disseminação dos vírus que atacam o sistema respiratório, em especial o coronavírus. As informações são da OMS.

Confira:

Higienize as mãos

Lave suas mãos frequentemente com água e sabão ou com uma solução de álcool em gel.

Por quê?  Esfregar as mãos ajuda a eliminar traços do vírus que podem estar presentes em lugares de uso comum.

Mantenha distância social

Mantenha pelo menos um metro de distância de pessoas que apresentam tosse ou espirros constantes.

Por quê? A tosse e o espirro propagam pequenas gotas de secreção e saliva que podem conter vírus. Com a proximidade, a chance de respirar ou ter contato essas gotículas aumenta.

Evite tocar os olhos, o nariz e a boca

Evite coçar, esfregar ou ter qualquer tipo de contato com as mucosas. Essas áreas têm contato direto com a corrente sanguínea e são mais sensíveis à presença de agentes de contaminação

Por quê? As mãos estão em contato constante com superfícies que podem ser vetores de transmissão de vírus e bactérias. Mantê-las longe das mucosas diminui a chance de ficar doente.

Pratique higiene respiratória

Tenha boas práticas de higiene respiratória. Isso significa cobrir a boca e o nariz com o braço curvado ou com um lenço de tecido ou papel ao tossir e espirrar. Descarte ou higienize o material usado imediatamente.

Por quê? Gotículas de saliva e secreção são vetores do Covid-19. Evitar que outras pessoas entrem em contato com saliva contaminada evita não apenas o coronavírus, mas uma série de doenças respiratórias.

Em caso de febre ou dificuldade respiratória, busque ajuda médica rapidamente

Não saia de casa se estiver com febre. Se os sintomas persistirem e caso haja dificuldade respiratória, busque atenção especializada imediatamente.

Por quê? Apesar de serem sintomas comuns, uma ação rápida pode evitar problemas mais sérios e o desenvolvimento de sintomas mais graves de infecções respiratórias.

Uso de máscaras

Pessoas saudáveis, sem sintomas como febre, tosse ou espirros não precisam usar máscaras

Por quê? Apenas profissionais de saúde e pessoas que apresentem sintomas parecidos com os do novo coronavírus precisam usar máscaras. A função das máscaras é conter a propagação do vírus em quem já está infectado. A OMS recomenda o uso racional das máscaras.

Fique bem informado e siga os procedimentos do Ministério da Saúde

Por quê? Autoridades nacionais e locais têm a informação mais atualizada sobre a situação de saúde na sua área. Tomar atitudes preventivamente ajuda o sistema de saúde a distribuir e compreender de maneira ágil a disseminação de qualquer doença.