Estudo identifica que cloroquina aumenta risco de arritmia cardíaca
Autores do levantamento dizem que a análise não é definitiva
Um artigo científico publicado hoje (22) na revista médico-científica The Lancet afirmou que não houve melhora significativa na condição de saúde de pacientes medicados com quatro protocolos diferentes de cloroquina e hidroxicloroquina.
Feito por um grupo de cardiologistas, o foco da pesquisa foi identificar arritmias cardíacas e mortalidade hospitalar em pessoas sob o efeito dos medicamentos. O estudo foi realizado em um grupo multinacional de pacientes espalhados por 671 hospitais do mundo. Ao todo, 96.032 pacientes participaram dos testes, sendo que cerca de 15% total - 14.888 pessoas - foram medicados.
De acordo com a pesquisa, a mortalidade nos grupos que usaram as diferentes variações de protocolo baseadas na cloroquina ficou em 9,3% - acima do número do grupo de controle, as outras 81.144 pessoas. Neste grupo, que não foi medicado da mesma maneira, a taxa ficou em 0,3%.
De acordo com o artigo, condições de saúde pré-existentes, como diabetes, doenças cardíacas, índice de massa corporal (IMC), doenças pulmonares e tabagismo não foram consideradas, já que poderiam influenciar nos resultados.
Apesar da indicação de ineficácia dos protocolos que usam combinações de cloroquina e hidroxicloroquina, os autores do levantamento afirmam que a análise não é definitiva, e que mais estudos serão necessários para o diagnóstico final do uso das drogas.
Comorbidades
Apesar de não terem sido consideradas para o sucesso ou falha no protocolo de medicação, as chamadas comorbidades - a presença de uma ou várias doenças pré-existentes que podem potencializar os danos ao organismo - estavam presentes em uma ampla parcela dos participantes do estudo. De acordo com a publicação, 30,7% eram considerados obesos, com índice de massa corporal (IMC) maior que 30 kg/m², 26,9% eram hipertensos, 13,8% eram diabéticos, 3% tinham alguma doença imunossupressora, 17,2% eram ex-fumantes, 9,9% eram fumantes ativos, 12,6% eram portadores de doença coronária, 2,5% tinham histórico de falha cardíaca congestiva (entupimento de artérias) e 3,5% tinham histórico prévio de arritmia. Todas essas condições, citam os pesquisadores, já são relacionadas a uma alta taxa de mortalidade durante a internação hospitalar.
Substâncias
Metabolizada pelo fígado, a cloroquina já é uma droga conhecida e regulada por instituições de saúde mundiais. A substância foi patenteada há cerca de 70 anos, e tem o uso comprovadamente eficaz no combate à malária, artrite reumatóide e nos sintomas de doenças autoimunes, como lúpus. A variação mais nova da cloroquina, a hidroxicloroquina, pode ser tomada por mulheres gestantes, mas provoca alguns efeitos adversos, entre eles náusea, vômitos e, em casos mais severos, arritmia cardíaca.
Veja também
Últimas notícias
Tapera completa 68 anos com programação festiva e Natal Luz
Emenda parlamentar de Cabo Bebeto garante continuidade da Equoterapia em Maceió
PGE recomenda veto integral a projeto que limita taxas de planos de saúde
Governo muda regras de ICMS e flexibiliza regime para atacadistas sucessores
Natal de Arapiraca movimenta a cidade com programação cultural gratuita neste fim de semana
Governo amplia limite para créditos suplementares no orçamento de 2025
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Promotorias querem revogação da nomeação de cunhada do prefeito de União
