'Fim do Ted e Doc': Banco Central divulga taxa para o PIX, R$ 0,01 a cada 10 transações
O BCB revelou, além de outros dados, quanto cada instituição terá que pagar para "mandar um PIX"
O Banco Central do Brasil divulgou a tabela com as novas taxas que as instituições devem pagar para utilizar seus sistemas. Assim, diferente do que havia anunciado anteriormente, que as transações entre pessoas físicas no PIX seriam de graça, haverá um custo para as transações.
O BCB revelou, além de outros dados, quanto cada instituição terá que pagar para "mandar um PIX". O custo para as instituições será de R$ 0,01 a cada 10 transações, demonstrando assim o potência do PIX para "acabar" com a operações de TED e DOC nos bancos.
Assim, por meio da Instrução Normativa número 3, o BCB revelou a tabela de serviços e valores relativas ao ressarcimento de custos com a utilização do Sistema de Informações Banco Central (Sisbacen). Além disso, a tabela também contém as despesas incorridas pelo Banco Central do Brasil na gestão e no monitoramento do Sistema de Transferência de Reservas (STR).
Também foi publicado as despesas do conjunto de sistemas e recursos de tecnologia da informação do Banco Central do Brasil necessários para a operação do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e do Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT).
Fim do TED e DOC
As operações de TED e DOC são o modo mais usado autualmente pelos brasileiros para enviar dinheiro entre instituições financeiras. Assim, a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC) são duas das operações mais usadas para depósitos.
No caso do TED o dinheiro transferido de uma conta bancária para outra cai na conta do favorecido no mesmo dia. Em média, esse tipo de transferência cai na hora, porém, o prazo previsto para conclusão da operação é de até 30 minutos. Já no caso do DOC o prazo para cair na conta favorecida é de até um dia útil.
Porém, tanto o TED como o DOC embora sejam operações digitais, tem suas restrições. No caso do TED, as operações podem ser feitas somente no horário comercial e não funcionam nos finais de semana. Porém no DOC, pode ser feito até as 21h59 do dia anterior do pedido, contudo, somente aceita transferência de valores até R$ 4.999. Além disso, as operações são "caras" e os clientes dos bancos chegam a pagar até R$ 19 por transação.
E como vai ser no PIX?
O PIX deve mudar esta situação e "acabar" com as operações de TED e DOC, pois será mais barato enviar um PIX. Assim, segundo o BCB, haverá duas taxas no sistema do PIX, sendo que o custo de envio será de R$ 0,01 a cada 10 créditos. Porém esta é a taxa que as instituições devem pagar ao Banco Central ficando cada uma livre para fazer o repasse aos clientes. Além disso, diferente do TED e DOC, no PIX não haverá restrição de horário.
Assim, os usuários do PIX poderão enviar e receber dinheiro 24h por dia, 7 dias por semana, inclusive aos feriados. O BCB ainda não declarou se haverá um limite de transferência de dinheiro pelo PIX, porém, como o sistema poderá ser usado para pagamentos, a expectativa é que não haja limites para as transações.
"Fim do dinheiro"
Embora o BCB tenha anunciado o lançamento da nota de R$ 200, a intenção da instituição com o PIX e outras iniciativas como o Open Banking é também reduzir o custo do dinheiro no Brasil.
"(PIX e Open Banking) vão ser uma ajuda muito grande também na forma de desintermediar essa necessidade de as pessoas terem dinheiro físico", disse Roberto Campos Neto, presidente do BC.
A diminuição do "custo do dinheiro" no PIX não está ligada porém somente a impressão das notas, mas também de sua circulação. 'As pessoas não precisam de banco mas sim, de serviços financeiros', diz banqueiro brasileiro sobre transformação digital.
Desta forma, o PIX também deve contar com um sistema de "saque descentralizado" no qual será possível sacar dinheiro na Padaria, no Bar, na Farmácia e em todas as instituições que integram o sistema.
"Para inaugurar essa agenda evolutiva o Pix permitirá o serviço de saque por meio da rede varejista. As regras e os primeiros detalhamentos deste produto serão apresentados na próxima reunião do Fórum PI, em agosto. O que posso adiantar é que essa facilidade visa a trazer mais eficiência, por meio da reutilização do dinheiro no varejo e do aproveitamento dessa rede, e fomentar a competição, ampliando as opções e a capilaridade das instituições para ofertarem o saque", disse Campos Neto.
PIX atende a demanda da economia digital
Como afirmou Campos Neto durante o lançamento do PIX, o sistema atende também uma necessidade da economia digital.
"(...) que seja ao mesmo tempo barato, rápido, transparente e seguro. Se nós pensarmos o que tem acontecido em termos de criação de moeda digital, criptomoedas, ativos criptografados, eles vêm da necessidade de ter esse instrumento, com essas características, barato, rápido, transparente e seguro" destacou.