Amamentação auxilia no desenvolvimento de crianças com microcefalia
Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orientam mães com pequenos acometidos pela Síndrome Congênita por infecções do Zika Vírus e Storch
O leite materno é o alimento que oferece vantagens nutricionais, imunológicas, cognitivas, econômicas e, sobretudo, promove vínculos de afeto e proteção entre mãe e filho. Fundamental para o desenvolvimento de todos os bebês. No caso dos nascidos com microcefalia e outras síndromes, ele se torna ainda mais importante.
E para conscientizar as mães e toda a família sobre a amamentação para os pequenos acometidos pela Síndrome Congênita por infecções do Zika Vírus e Storch (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simplex), a Equipe Dedicada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orienta os responsáveis por cada criança acompanhada.
“Desde o acolhimento inicial às famílias assistidas pela Equipe Dedicada da Secretaria Municipal de Saúde, orientamos às mães sobre a importância do leite materno para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças acometidas pela Síndrome congênita por infecções do Zika Vírus/ Storch”, ressalta Rosário Vasconcelos, enfermeira e responsável técnica pelo acompanhamento da síndrome.
Bruna Lima é uma das mães que reforça a importância da amamentação. Sua filha, Brenda Maria Lima, que tem 2 meses, nasceu com um problema na visão que ainda está sendo investigado.
“O pessoal da Secretaria vem me acompanhando desde o dia que ela nasceu e tem me ajudado muito. Elas também me disseram que é bom pra ela o leite materno, pra saúde, pro crescimento dela. Eu estou só amamentando e acho que ajuda, porque dando de mamar crio uma sensação boa”, relata a jovem. Ela conta que teve uma gestação tranquila, mas lembra que havia tido Zika há cinco anos.
No caso de Enzo do Nascimento, o leite materno ajudou na sua recuperação e até hoje mostra os benefícios desse alimento. Hoje com 4 anos, o filho de Lenice França nasceu prematuro e com infecção por Zika Vírus, precisando ficar internado por 25 dias. “Neste período eu tirava o leite e ele era alimentado por sonda. Após o período de internação, com 25 dias, ele foi pro peito, bateu a insegurança, mas ele pegou muito bem. Foi uma surpresa para os médicos e ele mamou até um ano e dois meses”, relata.
Lenice conta ainda que a criança passou a ser acompanhada pela equipe da SMS aos cinco meses, quando foi notificada com síndrome congênita do Zika Vírus e que a orientação para o aleitamento materno foi reforçada. “Ajudou muito no desenvolvimento dele, porque ele teve vários problemas de saúde, graças a Deus até hoje ele reage bem e contribuiu com tudo isso, quando ele gripa não fica muito debilitado”, diz a mãe.
Rosário Vasconcelos explica que Enzo foi um dos primeiros casos de microcefalia tardia assistidos pela SMS. “A equipe realizou o acolhimento da família com muito incentivo ao aleitamento materno, pois nessas condições é um momento doloroso também para a mãe e requer apoio e assistência. Ele logo iniciou o tratamento no CER e até hoje segue acompanhado pela Equipe Dedicada dessa Secretaria”, comenta, lembrando que a criança já frequenta creche do Município.
Um suporte ofertado por toda a rede familiar é fundamental neste período. “Enfatizamos o apoio dos pais e da família neste momento de amor, além da sensibilização dos nossos profissionais de saúde”, reforça Rosário.
A Equipe Dedicada de acompanhamento à Síndrome Congênita do Zika Vírus e Storch envolve a Coordenação de Atenção Primária, Saúde da Criança, Gerência de Atenção à Pessoa com Deficiência e a Vigilância Epidemiológica da SMS.