Itália decide fechar casas noturnas por causa da pandemia
Governo se comprometeu a ajudar financeiramente setor
O governo da Itália decidiu nesse domingo (16) impor o fechamento de todas as casas noturnas no país como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2). A medida, que já vale a partir desta segunda-feira (17), veio após Roma não conseguir que todas as regiões concordassem com a regra.
Em uma videoconferência realizada hoje, e que durou mais de duas horas, os ministros da Saúde, Roberto Speranza, dos Assuntos Regionais, Francesco Boccia, e do Desenvolvimento Econômico, Stefano Patuanelli, pressionaram os governadores a adequar-se a um decreto nacional publicado no dia 7 de agosto, que prevê a manutenção da "suspensão de atividades que ocorrem em salões de bailes, e discotecas, e lugares similares, abertos ou fechados".
Segundo fontes do governo, participaram do encontro virtual os governadores da Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini, do Vêneto, Luca Zaia, de Piemonte, Alberto Cirio, de Molise, Donato Toma, da Ligúria, Giovanni Toti, e de Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga.
O último decreto do governo de Roma dava autonomia para que as regiões decidissem sobre as medidas sanitárias mais adequadas de acordo com sua situação epidemiológica local. No entanto, como algumas regiões não impuseram a medida, os ministros decidiram retirar a autonomia dos governos regionais, especificamente, nesse ponto das discotecas.
Até este domingo, apenas a Calábria e a Basilicata tinham proibido o funcionamento desses estabelecimentos. Com o anúncio de hoje, também estão proibidos que bares e restaurantes tenham áreas de dança.
Como forma de tentar diminuir o impacto da decisão, o governo se comprometeu a ajudar o setor. De acordo com fontes, há cerca de 100 milhões de euros disponíveis para o auxílio.
Outra medida importante anunciada após a reunião é o uso obrigatório de máscaras entre às 18h e às 6h em todos os locais que servem para fazer reuniões de pessoas em happy hours (conhecidos como 'movida') e praças próximas a esses bares.
Speranza, segundo interlocutores, disse que tomou a medida para mostrar para todos que "ainda é preciso permanecer alerta" com pandemia.
Por sua vez, Patuanelli afirmou que "o dano esperado com o fechamento das discotecas é grande, mas não vejo alternativas porque é preciso uma maior atenção para evitarmos voltar aos números de março", quando a Itália atravessou o ápice da crise sanitária.
"Faremos o possível para dar apoio econômico às atividades que terão perdas", acrescentou ainda o ministro. A queda de braço ocorreu em um o momento em que a Itália volta a registrar números no nível de maio, especialmente, por conta das reaberturas e das aglomerações dos jovens em bares, festas e discotecas.
Diversos foram os casos de focos de Covid-19 registrados nesses pontos - e também foram várias as multas impostas para os donos dos locais pela falta de respeito às regras sanitárias, como uso obrigatório de máscaras, distanciamento social e aglomeração de pessoas.
Conforme dados do Instituto Superior de Saúde (ISS), a reabertura iniciada em maio e intensificada em junho causou um "rejuvenescimento" da Covid-19 no país. Se entre março e maio, a idade média de quem se contaminava estava nos 80 anos, os últimos 30 dias mostram que a maior quantidade de infectados (56,2%) tem entre 19 e 50 anos. As pessoas com mais de 70 anos representam "apenas" 10,2% dos novos casos.
Um dos sindicatos que representa a categoria, o Silb, informou à ANSA, pouco antes da reunião, que um novo fechamento poderia causar a perda de quatro bilhões de euros para a economia.
"Até hoje, só 10% dos cerca de 3,5 mil locais reabriram e isso causa problemas? A partir de amanhã terão mais se tiver esse abuso", prometeu o presidente da Silb Emilia-Romagna, Gianni Indino.
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