Saúde

Psicóloga alerta sobre campanha de valorização à vida

HGE realiza trabalho de acolhimento a pessoas que atentam contra a própria vida

Por Assessoria 06/09/2020 15h03
Psicóloga alerta sobre campanha de valorização à vida
Atendimento a vítimas de tentativa de suicídio começam pelos cuidados médicos e enfermagem - Foto: Assessoria

Setembro inicia e com ele o alerta da campanha que tem o intuito de prevenir o suicídio. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Mais de 800 mil pessoas acabam com a própria vida ao ano. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), são registrados mais de 13 mil casos de suicídio, mais de 96% deles estão relacionados a transtornos mentais, como depressão e transtorno bipolar, por exemplo.

No Hospital Geral do Estado (HGE), em 2019, a unidade hospitalar registrou 432 pessoas atendidas por atentarem contra a própria vida. Em 2020, de janeiro a julho, 198 deram entrada pelo mesmo motivo. A psicóloga Tasmânia Quintela, responsável pela seção de psicologia do HGE, explicou que existe um conjunto de razões que, em geral, pode levar alguém a tirar a própria vida. “Depressão, ansiedade, transtorno bipolar podem funcionar como gatilhos de outros fatores, principalmente sociais, como desemprego, dívidas, entre outros. Não existe um fator determinante!”, alertou.

Segundo ela, o setembro Amarelo trás a tona a relevância de se discutir o tema focando na prevenção e redução dos casos. “Valorizar a vida é fundamental! Recebemos no hospital pessoas de todas as faixas etárias, mas percebemos um aumento entre os jovens. Todos podem auxiliar de alguma forma, sempre colocando em evidência que não há problema ou dificuldades impossíveis”, referiu a psicóloga.

Assistência no HGE 

Os protocolos no HGE para atendimentos às vítimas de tentativa suicídio iniciam a partir dos cuidados médicos e de enfermagem, partindo para o acolhimento psicológico e com assistente social. “Sempre que ocorre um atendimento a uma pessoa que tentou tirar a própria vida, o serviço social e a psicologia são acionados, também pode acontecer de, por busca ativa, chegarmos a estes pacientes seja na Vermelha Trauma, na Vermelha Clínica ou na Pediatria”, salientou.

Tasmânia explicitou que a psicologia realiza uma avaliação psíquica do paciente, observando se a vontade de tirar a vida permanece. “Caso sim, é feita uma conversa com a equipe médica sobre a possibilidade de avaliação também em hospital de referência em transtornos mentais, o Portugal Ramalho”.

A psicóloga do HGE observou ainda que, os profissionais também entram em contato com a família para coleta de dados e busca de informações sobre o paciente para direcionamento e orientações precisas. Dependendo da situação, é feito um encaminhamento para a rede de atenção psicossocial da capital ou dos demais municípios do interior.

“A equipe de psicologia do HGE, ciente dos casos, repassa para uma rede que envolve, além do hospital, a rede de atenção psicossocial estadual e municipal para acompanhamento do paciente e seus familiares. A intenção é buscar, da forma mais ágil possível, atendimento para o paciente caso não faça nenhum tratamento à doença base que intensificou o desejo de tirar a vida”, completou a psicóloga mencionando que também é feita uma notificação do caso pelo Serviço Social e esta é encaminhada para o Núcleo de Epidemiologia do hospital.

Tasmânia ressaltou ainda que o Setembro Amarelo chega para alertar as pessoas sobre a valorização à vida, que não existem problemas ou dificuldades impossíveis. “Ninguém quer morrer, quer acabar com a dor que incomoda e machuca e esta dor precisa ser trabalhada com o paciente e sua família. A tristeza é um sentimento normal, é preciso debater o tema buscando valorizar a importância de se viver”.