Economia

Em AL, 27 mil postos de trabalho foram perdidos somente no primeiro semestre

A pandemia penalizou os setores da economia em intensidades diferentes.

Por 7Segundos com Fecomércio 30/09/2020 15h03
Em AL, 27 mil postos de trabalho foram perdidos somente no primeiro semestre
Carteira de Trabalho - Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

A assessora tributária da Fecomércio/AL, Andressa Tragino, afirmou durante mais uma edição do programa Direito da Província que somente no primeiro semestre de 2020, mais de 27 mil postos de trabalho foram perdidos em Alagoas. Sendo 20 mil no setor da indústria e mais de sete mil no setor de comércio e serviços. “No setor da indústria as demissões já eram esperadas devido à entressafra, mas com a pandemia os números de demissões no estado foram ainda maiores. Não tivemos como fugir da média nacional”.

De acordo com Targino, os impactos na economia são imensuráveis. “Só este ano 1.376 empresas tiveram que fechar as portas em Alagoas”. Ela pontua que o Nordeste foi além da média nacional, com mais de 20% dos empreendimentos fechados. “Boa parte das empresas já passava por algum tipo de dificuldade. A pandemia só acelerou o processo de fechamento”.

A pandemia penalizou os setores da economia em intensidades diferentes. Segundo a assessora tributária, um dos segmentos mais afetados no estado foi o turismo. “Alagoas tem 712 empresas de hospedagem. Em Maceió o mercado do turismo emprega em média 15 mil pessoas, direta e indiretamente. Mas neste ano, de março a julho tivemos uma taxa de ocupação histórica de 0%”, afirmou.

Andressa menciona que esses impactos seriam ainda maiores sem as medidas provisórias ofertadas pelo governo federal. “O auxilio emergencial veio para desafogar o empresário que não ia conseguir manter o funcionário, e ao mesmo tempo conseguiu injetar na economia o dinheiro que foi reaplicado com o consumo. Agora com a queda de 50% nos auxílios a economia vai sentir um pouco”, disse.

Fortalecimento do comércio pós-pandemia


A assessora tributária destaca que desde o início da pandemia a Fecomércio atuou fortemente no esclarecimento de dúvidas e na proposição de medidas junto ao governo de estado. “A interpretação dos decretos gerou muitas dúvidas e nós, enquanto federação, abrimos os canais de atendimento para atender os empresários e trabalhar na elaboração de propostas”.

Questionada sobre como a Fecomércio tem projetado a retomada da ‘normalidade’ no pós-pandemia, Targino ressalta que um dos focos da federação é estruturar o empresário para o retorno. “A gente tem focado em preparar os empresários com capacitações, parcerias, planejamento de reestruturação, mentorias... São vários módulos que vão possibilitar o empresário a aplicar e fortalecer suas empresas. A ideia desse projeto é atingir o máximo de setores possíveis”.

Andressa destaca também que a federação, pensando em estreitar os laços com a classe empresarial, criou o projeto das Câmaras Empresariais. Que são ambientes colaborativos para esclarecimento de demandas, formadas por representantes de vários setores. “Nós vamos catalisar as demandas, organizar e direcioná-las dentro da estrutura da Fecomércio, seja ela econômica, técnica ou legislativa”.

Em relação à reforma tributária, Targino ressalta que a Fecomércio tem feito vários estudos e propostas que atendam as demandas de forma justa. “Diante do cenário de tantas incertezas dessa reforma, a gente espera que o projeto aprovado consiga, minimamente, reduzir as complexidades e diminuir a carga tributária. Vemos isso com muita preocupação e com otimismo”, finalizou.