Sementes misteriosas recebidas por alagoanos apresentam risco às lavouras do país, dis ministério
Até outubro, Estado havia enviado dois pacotes de sementes para análise do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
O Ministério da Agricultura divulgou nesta quarta-feira (25) que analisou, até o momento, 36 amostras de pacotes de sementes misteriosas que chegaram do exterior na casa de brasileiros. Até o mês de outubro a Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Alagoas já havia enviado duas amostras das sementes para a análise do governo federal.
Do total, 47% das amostras já analisadas apresentaram algum risco fitossanitário ao país, segundo o ministério.
Segundo o ministério, até o final de outubro, foram recebidos 525 pacotes de sementes não solicitadas. As ocorrências atingiram todos estados e o Distrito Federal. O restante dos materiais continuam em análise no
Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Goiás, e não há previsão de quando o processo irá terminar.
O governo afirma que os pacotes "supostamente" foram enviados de 4 países da Ásia. Moradores de Estados Unidos e Canadá também registraram casos semelhantes. A suspeita das autoridades é de que seja uma fraude relacionada ao comércio on-line. Clique aqui para saber mais.
Em Alagoas, os primeiros casos foram registrados em outubro, dois meses após o recebimento da primeira encomenda no Brasil. Esses produtos chegam, normalmente, junto com compras feitas pela internet. As amostram são recebidas pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) e encaminhadas para o Mapa.
O governo afirma que os pacotes teriam sido enviados por países da Ásia, como China e Malásia, e pela região administrativa chinesa Hong Kong. Porém, a China, por exemplo, nega que tenha feito envios ao país.
Risco às lavouras
“Após avaliação de risco fitossanitário (...) foi identificado que uma amostra continha a espécie Myosoton aquaticum, praga ausente no Brasil e com potencial para ser considerada quarentenária, ou seja, com risco de estabelecimento no país e de causar danos fitossanitários”, diz o governo, em nota nesta quarta.
Segundo o ministério, essa espécie apresenta resistência a herbicidas, o que torna seu controle difícil. "A introdução dessa planta daninha no país pode ter impacto econômico negativo", afirma a pasta.
As análises realizadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, referência em sanidade vegetal, indicam que parte das amostras contêm a presença de mais de uma praga em seu conteúdo.
Em quatro amostras foram identificadas uma espécie quarentenária ausente – Descurainia sophia – considerada como planta daninha nos Estados Unidos e Canadá, além de planta invasora no México, Japão, Coreia, Chile e Austrália. Já a Myosoton aquaticum é considerada daninha nos campos de trigo da China.
Outras 15 amostras continham gêneros que tem espécies quarentenárias ou espécies com potencial quarentenário, como sementes de Cuscuta; de Brassica; de Chenopodium; de Amaranthus; e dos fungos Cladosporium; Alternaria; Fusarium; e Bipolaris.
Cuidados
O Ministério da Agricultura reforça para que a população tenha cuidado e não abra encomendas recebidas pelo correio de pacotes de sementes não solicitadas, seja qual for o país de origem.
Quem receber em casa sementes provenientes do exterior, deve entregar o material para uma das unidades do ministério em seu estado ou no órgão estadual de defesa agropecuária.
Importação de sementes
É possível comprar sementes do exterior, porém existe um processo rigoroso.
Quem comprar deverá fazer um pedido ao Ministério da Agricultura, e o vendedor deverá ser de um país em que o Brasil autoriza esse tipo de comércio, além de ter que enviar todos os certificados de origem do produto.
De acordo com o governo, existem muitos casos de pessoas comprarem sementes ou mudas pela internet sem saber da legislação. Na maioria dos casos, os produtos são apreendidos. A recomendação é de que o consumidor pesquise bem sobre o vendedor antes de fechar negócio.
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