Deputado federal fica três dias na UTI por Covid-19 após proibir uso de máscaras em seu gabinete
O parlamentar chamou de “pedagógico” os sete dias no hospital

O deputado estadual paulista Gil Diniz (sem partido), que pôs um aviso na porta de seu gabinete na Assembleia Legislativa de SP (Alesp) "proibindo" o uso de máscara contra a Covid-19, ficou internado por sete dias por conta da doença — sendo três dele na UTI.
"Foi um período extremamente difícil, mas, para mim, pedagógico", afirmou o parlamentar em sessão virtual com os deputados da Alesp na tarde desta quinta (1º).
"Vi casos de óbito, também de pessoas que saíram curadas. Foi um momento de reflexão, de agradecer muito a Deus pela minha vida, por estar com vocês no parlamento de São Paulo, a honra que eu tenho de ser deputado”, segue Diniz, que foi eleito sob a alcunha de Carteiro Reaça.
Ele passou uma semana internado no Hospital Santa Marcelina de Itaquera, na zona leste da capital paulista.
"Fico muito feliz de ter a minha saúde reestabelecida. Ter passado, olhando nos olhos desse vírus maldito, que tem tirado a vida de muitos brasileiros e paulistas. Temos que enfrentá-lo e colocar todas as nossas forças e recursos para enfrentar esse que é o principal problema do país, do estado e porque não do mundo, nesse momento", afirmou o deputado, que ainda agradeceu a um enfermeiro chamado Wagner que cuidou dele.
"Ele me tratou com humildade e me deu uma aula de humanidade."
Diniz pendurou um aviso na porta de seu gabinete na Alesp dizendo "Proibido o uso de máscara neste gabinete”. O sinal tinha o desenho de uma máscara neste gabinete”. O sinal tinha o desenho de uma máscara sobreposta por um X vermelho e o logo do Governo de SP rasurado com a palavra “Desgoverno”.
Em fevereiro, Diniz disse à coluna de Mônica Bergamo, da Folha, tratar-se de uma ironia. “Teve uma deputada [Mônica Seixas] que representou contra dois deputados que não usaram máscara no plenário. O Frederico D’Ávila [deputado do PSL] colocou um cartaz no gabinete dele dizendo que máscara era opcional. Para ironizar, fiz a plaquinha”, contou ele.
“A maioria lá [em seu gabinete] já teve Covid-19, tem os anticorpos”, afirmou. “Quem quiser, usa à vontade. Nas reuniões, eu não utilizo. Quem quiser usar que fique à vontade”, disse ele, que até aquele momento já tinha dois testes de Covid-19 que deram negativo.
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